O instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 3,1% no mês passado. João Duque explica que “a taxa de inflação subiu porque subiram os preços dos produtos alimentares e da energia”, mas que “é expectável que a taxa de inflação comece a baixar”.
O lado negativo desta situação é que "a taxa de inflação subir significa que muito provavelmente o mercado de taxas de juro depois irá refletir de alguma forma esta subida porque diminui a certeza que nós tínhamos de que o Banco Central Europeu ia descer as taxas com significado".
No entanto, o comentador SIC realça o facto de que estes "dois componentes não contribuem para o cabaz de inflação". Acrescenta que Portugal "é um país pequenino e que contribui muito pouco para o peso de todo o cabaz, que é aquele que serve de referência" para o BCE.
"A minha expectativa é de que se na Europa não se sentir este efeito de subida de taxas de juro ou pelo menos da taxa de inflação da forma acentuada, nós continuemos a acalentar a expectativa de que o Banco Central Europeu anuncia em junho que vai começar a descer as taxas de juro de referência", refere.
Por isso, para João Duque, esta subida "é preocupante, mas não é dramática".
"Eu continuo a referir que é muitíssimo mais importante, para nós portugueses, aquilo que é o anúncio da taxa de inflação na Alemanha ou na França do que propriamente a taxa em Portugal."
Alerta também "que uma coisa são taxas de juro a 3 meses, outra é a 6 e outras a 1 ano". Afirma que as taxas de juro "a 3 meses estão a descer", mas as taxas de juro a um ano “não estão a variar”, o que faz com que "pessoas que tenham revisões anuais ou até semestrais têm comportamentos um bocadinho diferentes daqueles que têm revisões trimestrais".
O comentador fala também da subida dos preços da energia que, em comparação ao ano passado, estão 8% mais altos. Sustenta que este aumento se deve "à alteração de comportamentos no mercado internacional e à alteração dos regimes de imposto".
João Duque explica também que "é expectável que a taxa de inflação comece a baixar".
"Se as coisas continuarem estáveis como estão até agora, (...) a expectativa é de que o Banco Central Europeu comece a fazer baixar as taxas. Há uma expectativa de que a inflação está relativamente controlada."
Espera-se que se comece "a assistir a uma estabilidade na variação dos preços à volta dos 2%, que é muito confortável para o Banco Central Europeu por causa das taxas de juro", conclui.