A economia portuguesa cresceu 2,2% em termos homólogos e 0,8% em cadeia no último trimestre de 2023, escapando à recessão técnica, tendo garantido um crescimento do PIB de 2,3% para a totalidade do ano, revelou esta terça-feira o INE.
O crescimento da economia portuguesa no quarto trimestre de 2023 surpreendeu, já que os economistas consultados esperavam uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em termos homólogos entre 1,2% e 2% e em cadeia entre um crescimento de 0,6% e uma contração de 0,1%.
De acordo com a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), no final de 2023, a economia portuguesa cresceu 2,2% face a igual período do ano anterior e 0,8% face ao terceiro trimestre, evitando assim uma recessão técnica, depois do PIB ter contraído 0,2% em cadeia no penúltimo trimestre do ano.
No conjunto do ano 2023, o PIB registou um crescimento de 2,3%, em linha com a meta de 2,2% esperada pelo Governo, após o aumento de 6,8% em 2022, o mais elevado desde 1987.
Os dados preliminares do INE ainda não detalham a evolução dos vários componentes do PIB, mas o organismo de estatística indica já que "a procura interna apresentou um contributo positivo para a variação anual do PIB, embora inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e do investimento".
Também o contributo da procura externa líquida foi positivo em 2023, "mas menos intenso que em 2022, tendo as exportações e as importações de bens e serviços em volume desacelerado significativamente".
Por seu lado, o crescimento em cadeia de 0,8% no quarto trimestre resultou do aumento do contributo da procura interna, devido "ao comportamento do consumo privado", enquanto o contributo da procura externa líquida "foi menos negativo".
O INE revela ainda que para a variação homóloga de 2,2% no quarto trimestre de 2023 (após ter aumentado 1,9% no terceiro trimestre) contribuiu a procura interna, que se manteve elevada, com uma aceleração do consumo privado e uma desaceleração do investimento.
Paralelamente, "o contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB passou a positivo, tendo as exportações de bens e serviços em volume apresentado um crescimento mais intenso que as importações".
Na proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Ministério das Finanças apontou para um crescimento da economia portuguesa de 2,2% em 2023, tal como o Conselho das Finanças Públicas, a Comissão Europeia e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) previa uma taxa de 2,3% e o Banco de Portugal (BdP) de 2,1%.
Economia da zona euro cresce 0,5% e Portugal com maior subida no 4.º trimestre
As economias da zona euro e da União Europeia (UE) tiveram, em 2023, um crescimento homólogo de 0,5% cada, segundo uma primeira estimativa hoje divulgada pelo Eurostat.
No quarto trimestre de 2023, por outro lado, entre os 12 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, a economia portuguesa foi a que apresentou o maior avanço homólogo (2,2%) e também em cadeia (0,8%).
Entre outubro e dezembro, o Produto Interno Bruto (PIB) nos países da área do euro avançou 0,1% quando comparado com o mesmo período de 2022 e o do conjunto dos 27 Estados-membros cresceu 0,2%.
Em ambas as zonas, de acordo com o serviço estatístico europeu, o PIB manteve-se estável na variação em cadeia.
Exportações e importações de bens caem 1,9% e 5,4% no 4.º trimestre de 2023
As exportações de bens diminuíram 1,9% e as importações caíram 5,4% no quarto trimestre de 2023 face ao mesmo período de 2022, aponta a estimativa rápida divulgada pelo INE.
Segundo o INE, "o decréscimo nas transações de bens ocorre pelo terceiro trimestre consecutivo, mas sendo menos acentuado que no trimestre anterior, em que se registaram variações homólogas de -8,7% nas exportações e -12,4% nas importações".
No próximo destaque mensal das estatísticas do Comércio Internacional, previsto para 09 de fevereiro, a estimativa rápida do trimestre será atualizada.
Com Lusa