Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal, considera que não podem ser os produtores a pagar a receita que o Estado vai ter a mais com o fim do IVA Zero.
O IVA Zero no cabaz de produtos essenciais termina esta quinta-feira. Os 46 produtos abrangidos vão ficar ainda mais caros. O imposto de 6% volta a ser cobrado já a partir de sexta-feira.
Na SIC Notícias, destaca que o fim do IVA Zero foi uma "decisão política" porque foi o governo que decidiu acabar com a política.
O responsável da Confederação dos Agricultores de Portugal denuncia que parte do apoio de produção "não está a ser pago como foi acordado". Isto é, previa o pagamento de uma “compensação pelo aumento dos custos na produção, que ”não aconteceu". Segundo Luís Mira, faltam pagar 20 milhões de euros.
"Por outro lado, não pode ser a produção a suportar a receita que o Estado vai ter a mais. O Estado decidiu voltar a colocar o IVA nestes produtos. É uma receita para o Estado. Quem tem de pagar isto são os consumidores, não são os produtores", diz.
Luís Mira considera ainda que "não foi um bom momento" para o fim do IVA Zero, uma vez que janeiro é um mês em que as pessoas têm de suportar vários aumentos de preços.
"Podiam ter feito isto numa altura em que existisse um atenuar das outras subidas", sugere.
Na SIC Notícias, denuncia ainda que a campanha da Política Agrícola Comum "está a metade do que costuma ser".
"Em quatro ou cinco anos quantos produtos espanhóis há a mais do que existia? São dadas condições de produção aos espanhóis que não são dadas aos portugueses", aponta.