Economia

"Emigrei há 8 anos porque não tenho trabalho cá": desemprego volta a aumentar em Portugal

Em cada quatro portugueses que estavam desempregados entre abril e junho, apenas um conseguiu trabalho. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram também que as mulheres tiveram mais dificuldade em voltar ao mercado de trabalho.

Ana Isabel Leite

Catarina Lúcia Carvalho

Manuel Geraldo

Sérgio Campos

O ritmo de recuperação do emprego está a diminuir. Em cada quatro portugueses que estavam desempregados entre abril e junho, apenas um conseguiu trabalho. Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram também que as mulheres tiveram mais dificuldade do que os homens em encontrar emprego.

No terceiro trimestre deste ano, o País tinha mais de 361 mil pessoas sem trabalho.

“Já saí há oito anos porque não tenho trabalho cá. Fui para ganhar experiência lá fora, sendo investigadora é sempre bom ter experiência fora, mas depois nunca consegui voltar”, conta à SIC Raquel Carvalho .

Raquel ainda tem esperança de trabalhar em Portugal. Nos últimos meses, segundo dados do INE divulgados esta quarta-feira, mais de 82 mil pessoas - a maioria homens - encontraram um novo trabalho.

Quase 80 mil deixaram de receber o subsídio de desemprego, mas ainda assim a taxa de desemprego aumentou nos últimos três meses.

De acordo com os últimos dados do INE, fixou-se nos 6,1% da população ativa. São mais 4, 4% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Desemprego em Aveiro: as histórias de quem espera por uma oportunidade

Desemprego não costuma ser motivo de orgulho. Talvez por isso seja difícil encontrar quem queira contar a história de como ficou sem trabalho.

À porta do centro de emprego de Aveiro está José Luciano, de 62 anos, que encontrou a coragem para falar sobre o seu caso.

“Estive doente e depois caí no desemprego. O patrão mandou-me embora. Vai fazer um ano que estou desempregado. Se aparecer, vou trabalhar”, conta à SIC.

A fila à porta do centro de emprego não era tão evidente por estarmos a meio de novembro. Por norma, é nos primeiros dias de cada mês que as filas são maiores porque é nos últimos dias de cada mês que a maioria fica sem emprego.

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