Economia

Portugueses estão a pedir menos empréstimos e créditos à habitação aos bancos

As famílias são um dos principais agentes económicos nacionais e estão a substituir os depósitos à ordem, em que é permitido mover o dinheiro a qualquer momento, por depósitos a prazo, em que o capital aplicado rende juros.

João Tomás

Gonçalo de Freitas

Pela primeira vez em cinco anos, desceu a quantidade de dinheiro pedida aos bancos e o credito à habitação está a abrandar. Os números do Banco de Portugal mostram também que as poupanças estão a ser aplicadas em depósitos a prazo. Mas muitos clientes também decidiram retirar o dinheiro do banco.

As famílias estão a poupar mais e a aplicar as poupanças em depósitos a prazo, mas também estão a tirar o dinheiro do banco.

Quanto ao crédito à habitação, as famílias estão a pedir menos dinheiro à banca. Segundo dados do Banco de Portugal, houve um abrandamento na procura do crédito à habitação e um aumento das amortizações antecipadas.

Em setembro, o montante total emprestado pelos bancos para a compra de casa era superior a 99 mil milhões de euros. Um decréscimo de 0,7% face ao mesmo período do ano passado. Já, o crédito ao consumo que engloba os cartões de crédito e o crédito pessoal atingiu 21 mil milhões no último mês.

São mais 100 milhões de euros em relação a agosto e mais 3,1% face ao período homologo. Mesmo assim, é uma desaceleração face ao números registados em agosto de 2022.

No total, o montante de empréstimos a particulares teve um decréscimo de 0,3%. É a primeira queda em cinco anos.

Quanto aos depósitos, as famílias retiraram 100 milhões das contas bancárias, em setembro. O que representa uma queda de 3,6% face ao mesmo mês do ano passado.

Atualmente, a banca portuguesa tem um stock de depósitos superior a 174 mil milhões de euros.

As famílias são um dos principais agentes económicos nacionais e estão a substituir os depósitos à ordem, em que é permitido mover o dinheiro a qualquer momento, por depósitos a prazo, em que o capital aplicado rende juros.

Juros, esses, que são bastante inferiores à média da união europeia, apesar da banca comercial ter começado a apresentar propostas competitivas no mercado.

Em setembro, 1,5 mil milhões de euros foram aplicados em depósitos a prazo. Os dados do Banco de Portugal revelam também a situação financeira das empresas junto da banca.

No final do mês passado, o tecido empresarial português tinha mais de 64 mil milhões de euros no banco.

É um crescimento anual de 0,5%, mas uma queda de 1,5 mil milhões face ao mês anterior.

O que abrandou foram os empréstimos concedidos às empresas menos 2,8% relativamente a setembro do ano passado.

Mas em agosto aumentou mais de 100 milhões, quer isto dizer que as empresas devem à banca nacional mais de 73 mil milhões de euros.

Este valor engloba as micro, pequenas, médias e grandes empresas.

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