Economia

INE confirma aumento de 6,9% nas rendas em 2024

Este será o maior aumento desde há 30 anos, se o Governo não tomar medidas para o travar, tal como o fez em 2022 em que fixou a percentagem nos 2%, com recompensa aos senhorios.

SIC Notícias

A partir do primeiro dia do ano de 2024, e caso o Governo não aplique mais medidas para travar a subida, as rendas podem aumentar 6,94%, sendo o maior aumento em três décadas.

O Instituto Nacional de Estatística comunicou esta terça-feira que o valor de referência para o aumento da generalidade dos contratos de arrendamento será de 6,94%, mais do que o aumento que iria haver este ano de 5,43% que não se confirmou devido ao travão do Governo que estabeleceu nos 2% com incentivos fiscais aos senhorios.

O aumento em euros dependerá do valor atual da renda, mas a percentagem é igual para todos. Ou seja, por cada 100 euros, os senhorios poderão exigir mais 6,94 euros.

Uma renda de 1.000 euros, por exemplo, poderá aumentar 70 euros se o proprietário o entender.

Travão ou não?

Este ano, o Governo decidiu avançar com uma norma travão, que limitou as atualizações das rendas a um máximo de 2%. Agora, está a ponderar se vai usar o mecanismo novamente.

Os problemas de acesso à habitação são transversais a outros países da Europa. Cerca de 90% das cidades de todo o mundo não oferecem habitações a preços acessíveis.

A Associação de Inquilinos sugere um aumento de edifícios de habitação do Estado, à semelhança do que aconteceu, em Viena de Áustria. Já a Associação de Proprietários considera a lei travão um inibidor do arrendamento.

A falta de casas no mercado e o aumento da procura estão a desequilibrar o mercado.

Lisboa é a segunda cidade europeia mais cara para arrendar, já muito próximo de valores de Paris.

Em posição inversa, em Londres o número de casas com rendas acessíveis está nos níveis mais altos dos últimos oito anos, resultado da política do presidente da câmara, que conseguiu um financiamento do Governo de cerca de 600 milhões de euros para construir habitações para arrendar.

Só resta saber se o Governo irá tomar, novamente, medidas que estanquem este aumento.

Últimas