Economia

Sanções à Rússia fizeram países repatriar reservas de ouro em 2022

As sanções à Rússia fizeram com que metade das reservas de ouro e divisas de Moscovo fossem congeladas pelo Ocidente em 2022, o que aumentou os repatriamentos de ouro pelos bancos centrais no ano passado, segundo um estudo da Invesco

James D. Morgan

Expresso

Mais países decidiram repatriar as reservas de ouro no ano passado em resposta às sanções ocidentais à Rússia depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, de acordo com um estudo anual da empresa de gestão de ativos Invesco.

Segundo a Reuters, em notícia desta segunda-feira, 10 de julho, o inquérito - que auscultou 85 fundos soberanos e 57 bancos centrais, num total de 142 entidades - deu conta de um aumento do número de instituições monetárias que, à luz das sanções ocidentais à Rússia, preferiram repatriar as suas reservas de ouro. Em 2020, 50% dos inquiridos disse ter as reservas num depósito doméstico; ao passo que, no ano passado, esta quota foi de 68%.

O estudo mostrou ainda que perto de 60% dos inquiridos disse considerar que as sanções tornaram o ouro um ativo mais apetecível.

O estudo cita um representante anónimo de um banco central, que diz que a sua instituição “teve [ouro] depositado em Londres, mas agora transferimo-lo de volta para o nosso país (…) de forma a mantê-lo seguro".

Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, as sanções ocidentais congelaram quase metade das reservas russas de 580 mil milhões de euros em ouro e divisas que estavam depositadas em instituições no estrangeiro.

Cerca de 80% dos inquiridos considerou que seriam as rivalidades geopolíticas o maior desafio dos próximos dez anos. Para os próximos 12 meses, 83% disse que seria a inflação o maior problema.

Perante esta avaliação, o estudo indica igualmente que vários bancos centrais estão a ser incentivados pela turbulência geopolítica global e pelo dinamismo dos países emergentes a diversificar reservas, diminuindo a preponderância do dólar norte-americano.

As instituições que consideram que a dívida dos EUA é um problema para o dólar cresceram para 7%; ao passo que o número de bancos centrais que encaram o yuan, a moeda chinesa, como um futuro rival à altura do dólar caiu para os 18%, face a 29% em 2022.

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