O LNEG - Laboratório Nacional de Energia e Geologia fez uma atualização do seu mapeamento de áreas menos sensíveis para a instalação de centrais solares e parques eólicos em Portugal. Depois de uma primeira versão deste trabalho ter apontado para 12% do território nacional como estando preparado para receber as go to areas, ou áreas preferenciais, a atualização reduz substancialmente a superfície aconselhável.
Nesta nova versão o LNEG calcula agora que, seguindo critérios mais restritivos, as áreas de menor sensibilidade em Portugal Continental somam 2652 quilómetros quadrados, cerca de 3% do território. Na primeira versão deste mapeamento o LNEG apontava para 10.350 quilómetros quadrados, ou 12% do território.
Entretanto, nesta atualização a equipa do LNEG acrescentou critérios mais restritivos, excluindo as áreas de proteção de recursos minerais , mas também aplicando zonas de exclusão junto a áreas residenciais (assumindo que não pode haver centrais solares ou parques eólicos a menos de 500 metros de habitações). Adicionalmente, o LNEG optou, no cenário mais restritivo, por retirar do mapa as áreas que coincidam com reserva agrícola nacional (RAN) e reserva ecológica nacional (REN).
Este trabalho do LNEG serve para apoiar o Governo na definição das chamadas go to areas, um instrumentos que visará indicar previamente aos promotores de projetos de energias renováveis quais as zonas do território livres de restrições. A identificação dessas áreas preferenciais visa acelerar os processos de licenciamento ambiental e energético, de forma a que o país instale mais rapidamente nova capacidade de geração de eletricidade limpa.
Os 3% de território com menor sensibilidade agora apontados pelo LNEG ficam ainda acima da área que o Governo estima que seja necessária para cumprir os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima para 2030.
Na proposta de revisão do PNEC para 2030 o Governo estima que a instalação de nova capacidade fotovoltaica até ao final da década (que será onde o país fará a maior expansão em termos de energia renovável) irá requerer 0,4% do território nacional.