Economia

“Medidas do Banco de Portugal vão ser comidas pelos acréscimos dos valores das casas”

A revisão do cálculo da taxa de esforço anunciada pelo Banco de Portugal não resolve o problema do acesso ao credito à habitação. A opinião é partilhada por economistas, associações do consumidor e partidos de esquerda.

SIC Notícias

Ninguém previa o salto que os juros acabariam por dar até para o Banco de Portugal. O pior dos cenários era, até há algum tempo, uma subida da taxa em 3%.

É certo que a regra dos 3% de esforço adicional tem-se mantido e ainda é essa a percentagem que os bancos usam para calcular a taxa de esforço das famílias.

“Com 3% em cima das taxas já tão elevada e do spread, então ficam taxa muito elevadas e o esforço fica muito elevado e as pessoas ficam sem conseguir pedir dinheiro emprestado para comprar habitação”, referiu o economista João Duque.

Além de quem o Banco de Portugal já anunciou que tenciona reduzir essa percentagem para facilitar o acesso ao crédito à habitação.

“Se se aliviar as regras, há acesso a mais famílias, mas com os preços das casas a subir como estão, rapidamente as medidas do Banco de Portugal são comidas pelos acréscimos dos valores das casas”, afirmou, ainda, João Duque.

No entanto, a medida é só para os novos contratos, ou seja, não resolve o problema de quem está a ver as prestações duplicar e triplicar.

Soluções há várias, mas em muitos casos só adiam os problemas que o Bloco de Esquerda e o PCP dizem que só se resolvem com descidas dos juros e aumentos dos salários.

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