Economia

Taxa de esforço para crédito à habitação vai ser revista: o que pode mudar?

O Banco de Portugal está a preparar uma revisão do cálculo da taxa de esforço que permite às famílias aceder ao crédito à habitação.

SIC Notícias

Num contexto de inflação a decrescer, mas com subidas das taxas de juro já anunciadas pelo Banco Central Europeu, a vice-governadora do Banco de Portugal considera que é o momento de pensar em rever o cálculo da taxa de esforço como forma de mais famílias terem acesso aos créditos.

Numa entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Clara Raposo revelou que essa decisão vai ser tomada ainda este ano para os novos créditos.

A capacidade do orçamento familiar suportar uma determinada mensalidade de um crédito, seja à habitação ou outro, é a chamada taxa de esforço, medida em percentagem entre os rendimentos e os encargos.

É pela taxa de esforço que um crédito é autorizado e que se calculam os juros e a prestação. O máximo recomendado pelo Banco de Portugal está nos 35% e, para calcular esse indicador, conta-se um nível de stress extra que é de 3%.

A vice-governadora revela que, regularmente, o Banco de Portugal tem simulado o impacto que terá reduzir este choque da taxa de esforço e permitir que as famílias não estejam tão sobre-endividadas.

Questionada sobre a política do BCE de aumento das taxas de juro, Clara Raposo afirmou não ter certezas sobre a necessidade de aumento das mesmas em julho, porque é preciso dar tempo para que as subidas anteriores produzam efeitos na economia.

A vice-governadora apelou ainda às empresas para que façam refletir nos preços ao consumidor e nas suas margens de lucro a reversão que já se verificou no mercado da energia e que levou ao aumento dos custos nas empresas.

Subida das taxas de juro

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

Após vários anos em terreno negativo, as Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro.

De então para cá, o BCE já aumentou as taxas diretoras por várias vezes, o que significa um agravamento do valor que os clientes pagam pelos créditos, desde logo pelos empréstimos à habitação. Espera-se novo agravamento das taxas de juro do BCE em julho.

Últimas