Economia

Restrições ao tabaco e um poder político um "bocado ditatorial"

José Gomes Ferreira analisa o aumento das taxas de juro, o desemprego em Portugal e as alterações à lei do tabaco.

José Gomes Ferreira

O Conselho de Ministros aprovou mais regras para restringir o consumo de tabaco, que, na ótica de José Gomes Ferreira, demonstra um poder político um “bocado ditatorial”. Em análise estiveram também o aumento das taxas de juro, a influência dos salários no combate à inflação e o nível de desemprego em Portugal.

Para Gomes Ferreira, as alterações à lei do tabaco passam por uma iniciativa de “desviar as atenções” das polémicas e divergências no Governo.

O ponto de venda do tabaco vai desaparecer em aldeias, vilas e pequenas cidades em nome de um “poder político, que é um bocado ditatorial”.

José Gomes Ferreira garante que o Banco Central Europeu (BCE) “enganou-se completamente” quando indicou que o aumento da inflação era “transitório”. A inflação é estrutural, persistente.

“Os bancos centrais fizeram de aprendizes de feiticeiro, porque se deixaram embarcar pelos Governos para resolver a crise anterior, passaram a emitir muito dinheiro”, explica Gomes Ferreira.

Christine Lagarde admitiu esta semana que o BCE vai estar atento aos fatores que pressionam a inflação, que, no seu entender, passa pelo crescimento dos salários.

Em contrapartida, Gomes Ferreira assegura que os salários são uma reação à inflação.

O BCE tem a "lata de vir dizer 'cuidado com os salários, moderem os salários, porque isso provoca a inflação'. Está a enganar-se e a enganar as pessoas (...) É um desapego total em relação àquilo que as pessoas vivem todos os dias".

A inflação tem várias consequências, esclarece José Gomes Ferreira. Os bancos aproveitaram a subida de taxas de juro para aumentarem ainda mais as suas margens. Recorda, assim, que os bancos portugueses são os que mais cobram e os que menos pagam depósitos.

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