Economia

BCE continua a subir taxas de juros mas abranda ritmo

Confirma-se a decisão do Banco Central Europeu de abrandar o ritmo da 7.ª subida consecutiva das taxas de juro para 25 pontos base. Na última reunião, realizada em meados de março, recorde-se, houve um aumento de 50 pontos base.

Michael Probst/AP

SIC Notícias

Vão continuar a subir, mas o ritmo vai abrandar. A decisão acaba de ser tomada pelo Banco Central Europeu (BCE). As taxas de juro vão voltar a subir mas (apenas) 25 pontos base. Esta é a subida mais ligeira desde que as taxas de juro da zona euro começaram a aumentar para combater a inflação.

No comunicado divulgado após a reunião de política monetária, o BCE refere que "a inflação ainda está bastante elevada", apesar de ter recuado nos últimos meses.

"À luz das atuais pressões inflacionistas elevadas, o Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base. (…) A inflação global desceu nos últimos meses, mas as pressões subjacentes sobre os preços permanecem fortes. Ao mesmo tempo, os anteriores aumentos das taxas de juro estão a repercutir‑se vigorosamente nas condições de financiamento e monetárias na área do euro, ao passo que os desfasamentos e a força da transmissão à economia real continuam a ser incertos", sustenta a instituição liderada por Christine Lagarde.

Quanto ao futuro, o Conselho do BCE admite que “as taxas diretoras sejam fixadas em níveis suficientemente restritivos para lograr um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo e sejam mantidas nesses níveis enquanto for necessário”.

Com esta subida, a mais ligeira das últimas sete consecutivas, “a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito serão aumentadas para, respetivamente, 3,75%, 4,00% e 3,25%, com efeitos a partir de 10 de maio de 2023”, especifica o comunicado.

Minutos depois, na habitual conferência de imprensa, Christine Lagarde reiterou que o banco central ainda tem "caminho a percorrer" e que não está a fazer uma pausa, pelo que provavelmente continuará a aumentar as taxas de juro nos próximos meses, mas não disse até onde irá esse aumento.

"Saberemos qual é a taxa de juro suficientemente restritiva quando lá chegarmos", disse a presidente do BCE, admitindo que as pressões sobre os salários tornaram-se mais fortes.

"As pressões salariais intensificaram-se na medida em que os trabalhadores, num contexto de mercado laboral robusto, recuperam algum poder de compra que tinham perdido como consequência da inflação elevada", afirmou Lagarde.

Esta reunião de política monetária do BCE decorreu esta quinta-feira, sublinhe-se, num momento em que a situação nos mercados financeiros acalmou, depois da forte turbulência que se fazia sentir, aquando da última reunião, em março.

Para o verão, os economistas preveem que as taxas de juro cheguem a máximos dos últimos 22 anos e admitem que ainda poderá ser cedo para o BCE começar a ponderar acabar com este ciclo de aumentos, que já vai em sete subidas consecutivas.

[Notícia atualizada às 15:32]

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