Economia

Inflação e aumentos: dicas para manter as finanças controladas em 2023

O Doutor Finanças deixa conselhos para responder à subida de preços do próximo ano.

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SIC Notícias

O novo ano irá trazer novos aumentos do custo de vida: a inflação atinge valores históricos, a Euribor sobe a cada mês que passa e as taxas de juro deverem ser novamente revistas em alta pelo Banco Central Europeu (BCE). Num cenário destes, manter as finanças controladas poderá ser um desafio. Para isso, o Doutor Finanças reuniu seis dicas para não se perder nas contas.

“Para entrarmos em 2023 com as nossas finanças em ordem, é importante rever despesas e perceber o que vai mudar no próximo ano”, afirma Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças, num comunicado enviado às redações.

Para tal, o especialista em finanças deixa alguns conselhos:

Antecipar o aumento da prestação de crédito habitação

O BCE já anunciou que as taxas de juros deverão voltar a subir em breve. O que levará também a uma nova subida das taxas Euribor (o indexante do crédito habitação). Para que as alterações não cheguem de surpresa, o Doutor Finanças lembra que é importante ter em conta o prazo da taxa Euribor aplicada ao seu crédito, assim como o capital em dívida, o spread do contrato, a quantidade de prestações por liquidar e o valor da Euribor aplicado à revisão da prestação.

Além disso, deverá ter em atenção as medidas aprovadas pelo Governo que permitem a renegociação dos créditos habitação e procurar junto do seu banco a melhor opção para o seu crédito.

Fazer um orçamento familiar

A criação de um orçamento familiar detalhado – “com todos os custos e despesas previstos (mesmo de lazer, como cafés fora)” – é a segunda dica do Doutor Finanças. Desta forma poderá cortar em algumas despesas e chegar ao fim do mês com alguma folga.

Este orçamento deverá incluir as despesas fixas mensais da família, assim como um valor máximo para os gastos variáveis, por área. O pagamentos pontuais – como os impostos – devem também figurar neste planeamento.

Calculadas as despesas, devemos acrescentar os valores de rendimento familiar. Desta forma, irá conseguir perceber se o dinheiro que entra chega para cobrir as despesas e quais as áreas onde se pode cortar nos gastos. Se possível, deverá incluir neste orçamento um valor de poupança.

Ponderar a consolidação dos créditos

Esta dica é destinada a pessoas que tenham vários créditos contratados. Por exemplo, se contratou um crédito habitação, um crédito automóvel e um crédito pessoal poderá juntar os três contratos num só. Esta consolidação dos créditos poderá levar a uma poupança no final do mês, uma vez que as prestações têm um grande peso no orçamento familiar.

“Em certos casos, a poupança pode até superar os 60%, dependendo dos créditos contratados, respetivos prazos e das novas condições propostas”, avança o Doutor Finanças.

Fazer uma revisão dos contratos e seguros

Outra forma de poupar nos custos é através de uma revisão de contratos e seguros. Se pedir “uma revisão das condições dos contratos e seguros” poderá encontrar “propostas melhores e preços mais baixos” do que os que tem em vigor atualmente.

Poderá também procurar noutras seguradoras por novas ofertas e transferir os contratos para uma instituição diferente. O objetivo é encontrar as prestações mais baixas e as condições mais vantajosas para o seu caso.

Repensar consumos que não sejam essenciais

Numa situação de crise, os consumos não essenciais são os primeiros a desaparecer. Num momento em que a incerteza domina as finanças, poderá antever esta situação repensando os seus gastos acessórios – seja os gastos com atividades de lazer, com vestuário, ou as encomendas de comida e idas ao restaurante.

Na área de lazer poderá procurar as atividades gratuitas que são oferecidas no seu município. Se quer cortar nos gastos com vestuário, poderá recorrer ao mercado de roupa em segunda mão ou tentar vender algumas peças que já não usa. Além de poupar e arrecadar algum dinheiro extra, é uma prática amiga do ambiente.

Antes de ir a um restaurante, faça uma pesquisa pelas aplicações de reserva. Alguns restaurantes oferecem descontos pontuais que podem aliviar a sua carteira no final do mês.

Investir agora para poupar mais tarde

Pode parecer um contrassenso, mas o investimento é também uma forma de poupar. “Devemos ponderar investir em produtos que maximizem a nossa poupança a médio/longo prazo”, aconselha o Doutor Finanças, “seja investimentos em produtos financeiros, em eficiência energética ou até antecipando despesas”.

Se pretende investir em produtos financeiros, há várias opções: plano poupança-reforma (PPR), certificados de Aforro, depósitos a prazos são algumas. Antes de decidir, informe-se sobre as condições caso precise de retirar o dinheiro antes do tempo para qualquer eventualidade.

A eficiência energética é um investimento que traz também poupança. Seja a instalação de janelas eficientes ou a compra de aparelhos que consumam menos energia, estes projetos poderão trazer vantagens a longo prazo na sua conta de eletricidade.

Na saúde poderá também antecipar as despesas: faça check-ups rotineiros para evitar problemas mais graves que poderão constituir também mais gastos ou redução temporária de rendimentos.

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