A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 9,3% em setembro, taxa superior em 0,4 pontos percentuais à do mês anterior e a mais elevada desde outubro de 1992, confirmou hoje o INE.
"Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 30 de setembro", refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em setembro, o indicador de inflação subjacente (IPC excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação homóloga de 6,9%, taxa superior em 0,4 pontos percentuais à registada em agosto e "o valor mais elevado registado desde fevereiro de 1994".
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos situou-se em 22,2% (1,8 pontos percentuais inferior ao valor do mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados registou a variação homóloga mais elevada desde julho de 1990, fixando-se em 16,9% (15,4% em agosto).
Por classes de despesa e face ao mês precedente, o INE destaca os aumentos das taxas de variação homóloga do vestuário e calçado, dos restaurantes e hotéis e dos acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação, com variações de 1,7%, 17,7%, e 11,9% respetivamente (-1,6%, 16,3% e 10,6% no mês anterior).
Em sentido oposto, os preços das classes transportes e lazer, recreação e cultura abrandaram para, respetivamente, 9,2% e 3,1% (10,4% e 3,9% no mês anterior).
Em setembro, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC destacam-se as dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas, dos restaurantes e hotéis, da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis e dos transportes.
Já nas classes com contribuições negativas destaca-se a da saúde.
Comparando com o mês precedente, é de salientar o aumento das contribuições para a variação homóloga do IPC dos 'bens alimentares e bebidas não alcoólicas', do 'vestuário e calçado', dos 'acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação' e dos 'restaurantes e hotéis'.
Em sentido contrário, destaca-se a redução da contribuição da classe dos transportes, do lazer, recreação e cultura e da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis.
Segundo o INE, em setembro a variação mensal do IPC foi 1,2% (-0,3% no mês precedente e 0,9% em setembro de 2021), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi 6,0% (5,3% em agosto).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), apresentou uma variação homóloga de 9,8% em setembro, superior em 0,5 pontos percentuais à do mês anterior e inferior em 0,2 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro (em agosto, a taxa em Portugal tinha sido 0,2 pontos percentuais acima da área do Euro).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 7,9% em setembro (7,3% em agosto), superior à taxa correspondente para a área do euro (estimada em 6,1%), "mantendo o perfil ascendente verificado nos últimos meses", aponta o INE.
Em setembro, o IHPC registou uma variação mensal de 1,3% (-0,2% no mês anterior e 0,8% em setembro de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 6,2% (5,4% no mês precedente).