Economia

Vai faltar outra peça essencial na produção de “chips”: as impressoras

Só em 2024 é que a principal empresa que produz máquinas litográficas – que “imprimem” circuitos – é que irá conseguir aumentar de forma significativa a sua capacidade, segundo o “Financial Times”.

A maior produtora de máquinas litográficas do mundo – uma espécie de “impressoras” para o fabrico de semicondutores – a neerlandesa ASML, já avisou que terá dificuldades em aumentar a produção até 2024, segundo notícia do “Financial Times” desta segunda-feira, 21 de março.

Estas máquinas, de alta precisão, são essenciais para a criação de ‘chips’, elementos por sua vez imprescindíveis na produção de quaisquer produtos eletrónicos. Pelo que os planos de expansão de diversos produtores mundiais de semicondutores (um mercado que deverá alcançar os 900 mil milhões de euros em 2030, duplicando face ao valor atual) poderão ter de esperar.

Segundo o jornal britânico, citando o presidente executivo da ASML, Peter Wennick, o problema está, mais uma vez, em constrangimentos na cadeia de abastecimento. A empresa está com dificuldades para obter peças críticas para “impressão” de circuitos, como lentes.

A empresa, líder mundial neste tipo de aparelhos, vai produzir mais máquinas este ano e no próximo, mas insuficientes para responder à procura à medida que tecnológicas como a Intel e a Samsung despejam milhares de milhões de euros para deixarem de depender de importações asiáticas, e numa altura em que os Estados Unidos e a União Europeia apostam em força na internalização da produção deste componente.

“Precisamos de aumentar a nossa capacidade em significativamente mais de 50%, o que vai demorar”, disse Peter Wennick ao “Financial Times”. Isto vai pôr pressão adicional junto dos 200 fornecedores considerados “críticos” pela ASML, que terão de criar mais capacidade para a produção de peças de fabrico já de si difícil.

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