Economia

Governo não quer “explorar lítio a todo o custo”, mas diz que é “essencial para transição energética”

Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, em entrevista ao Jornal da Noite da SIC.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, considera que o lítio é essencial para a transição energética e que há condições para avançar com concursos de prospeção. Na SIC, refere que pode criar dezenas de milhares de postos de trabalho. Sobre a seca em Portugal, garante que o abastecimento de água não está em causa.

Exploração de lítio em Portugal

João Pedro Matos Fernandes lembra que foi o Governo que determinou a Avaliação Ambiental Estratégica a uma entidade “credível”. Esta avaliação, promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), concluiu que em seis dos oito locais analisados há condições para avançar com a prospeção e pesquisa de lítio.

Nos seis locais onde é viável avançar, a proposta é que haja uma redução da área inicial prevista para metade.

“Dentro de 60 dias, existem condições técnicas para o concurso avançar”, afirma, acrescentando que quem ganhar o concurso de prospeção, tem o direito de, mais à frente, fazer a exploração.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática refere que Portugal não tem projetos de fomento mineiro, considerando-o um “projeto industrial” que quer aproveitar o lítio que existe em Portugal.

Matos Fernandes garante que a exploração de lítio pode significar “dezenas de milhares de postos de trabalho” em Portugal.

Lítio é “absolutamente essencial para a transição energética”

Em entrevista ao Jornal da Noite da SIC, o responsável considera que o lítio é um metal “absolutamente essencial para a transição energética”.

“Não queremos explorar o lítio a todo o custo. Por isso, fizemos esta Avaliação Ambiental Estratégica, que excluiu dois sítios e reduziu os outros seis”, afirma.

Seca em Portugal

João Pedro Matos Fernandes garante que o abastecimento de água para consumo não está em causa. Descarta ainda um aumento do preço da eletricidade.

“O que limitámos foi a quota da barragem, o volume de água de qualquer albufeira a partir da qual existe abastecimento de água para o consumo humano”, diz.

Se não chovesse durante dois anos, “uma situação completamente impensável”, existia água para o consumo humano durante dois anos, garante.

A produção de eletricidade foi suspensa em cinco barragens. Matos Fernandes diz que foi suspensa apenas para “compensação de serviços de sistema”.

Adianta ainda que a produção de eletricidade noutras albufeiras e barragens poderá ser suspensa, se no próximo mês não chover.

Ministro do ambiente no próximo Governo?

Questionado sobre se será ministro do Ambiente e da Ação Climática no próximo Governo, Matos Fernandes diz que não sabe:

“Neste momento, está nas mãos do primeiro-ministro”.

O responsável refere que está “tranquilíssimo” com o trabalho no anterior Governo socialista e afirma que achará normal se não continuar no cargo.

“Enquanto não me fizerem uma pergunta, não terei duvidas”, remata.

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