Foi aprovado em reunião na Câmara de Lisboa o orçamento para 2022. O orçamento do executivo de Carlos Moedas, apoiado por PSD e CDS, passou com a abstenção do PS e voto contra dos restantes partidos, depois de a votação ter sido adiada na semana passada.
A questão que travou o PS ficou resolvida, mas Carlos Moedas sublinha que não era um erro. “Era apenas um número que deveria estar numa página e estava noutra. Os números não mudaram, mas um estava dentro da classificação de habitação e deveria ter estado noutra classificação”, explicou. Foi tudo corrigido.
Manuel Lage, presidente do Grupo Municipal do PS, não menoriza o lapso. “Se era uma gralha, era uma gralha de 40 milhões de euros. Para um partido como o PS, de contas certas, é significativo que sejam corrigidas e isso não faz alterar o sentido de voto do PS, mas exige uma clarificação”, explica.
O PS admite, no entanto, que “um teimoso não tem mão sozinho”, mas aponta o dedo à reação de Carlos Moedas, que acusa de inexperiência autárquica e falta de serenidade. “É normal existirem erros, só não erra quem não faz, mas o que gostaríamos de ter visto era alguma serenidade na resolução do problema”.
O presidente do Grupo Municipal do PS aproveita para lembrar que o partido tem essa serenidade na Assembleia Municipal e que a manterá na votação de quinta-feira, explicando que não haverá “álibi” para Carlos Moedas não poder governar.
A questão política já não faz Carlos Moedas perder tempo e o presidente da Câmara de Lisboa já só quer olhar para o futuro. “Temos um orçamento que vai trazer medidas como os transportes públicos gratuitos, plano de saúde para mais velhos e descontos na EMEL”, medidas que constavam do programa. Carlos Moedas sublinha que além da disrupção dessas medidas, mantém os compromissos de antes. “É um orçamento de continuidade”, acrescenta.
De acordo está Manuel Lage, que apesar de sublinhar que o PS não se revê a 100% no documento, não encontra motivos que possam levar a um voto contra na 5ª feira. O Partido Socialista deu indicação de voto para a abstenção, mas os deputados terão liberdade de voto.