Economia

Christine Lagarde afirma que inflação vai baixar e aponta situação diferente da dos EUA

A líder do Banco Central Europeu adianta que a inflação atual deve-se, em parte, ao aumento dos preços da energia.

A inflação vai “estabilizar e baixar gradualmente” em 2022, disse esta quinta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, prevendo que esse movimento descendente “continue em 2023 e 2024”.

Numa entrevista à rádio France Inter, Lagarde reconheceu que não pode avançar uma previsão de inflação para este ano e limitou-se a assinalar que, no passado dia 16 de dezembro, o BCE avançou com uma estimativa de 3,2%.

A líder do BCE reafirmou que a inflação atual se deve em 50% ao aumento dos preços da energia, sendo a outra metade atribuída aos “estrangulamentos” que se geraram com a forte recuperação económica na produção, nos portos ou no transporte.

“Cremos que esses fenómenos vão estabilizar pouco a pouco e baixar”, mas, admitiu que será menos do que tinha sido antecipado.

Sobre o facto de o BCE não estar a dar passos idênticos aos da Reserva Federal norte-americana para possíveis subidas das taxas de juro para travar a inflação, Lagarde disse que a situação “é muito diferente”.

Lagarde explicou que a inflação na zona euro é inferior à dos Estados Unidos e que a recuperação económica norte-americana está mais avançada.

Por esses motivos “temos todas as razões para não reagir tão rápida e brutalmente”, afirmou.

A presidente do BCE acrescentou que se houvesse agora um aumento das taxas de juro, as consequências chegariam num prazo de seis a nove meses e poderia ser um travão para a atividade económica, situação que se quer evitar.

Sobre o Pacto de Estabilidade, a presidente do BCE considerou que têm de ser restabelecidas regras para controlar o défice público e a dívida, mas “não serão seguramente as mesmas” que havia antes da crise causada pela pandemia.

Questionada sobre se o critério de o défice não ser superior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) está desatualizado, Lagarde respondeu que não, porque está inscrito num texto que teria que ser renegociado e obter um acordo unânime dos países membros para desaparecer, o que considera não ser possível até 2023, quando se prevê que voltem a aplicar-se as regras do Pacto de Estabilidade, mas acrescentou que há margem para atuar sobre “as modalidades de interpretação” dessas regras.

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