Economia

Centeno alerta para dívida alta no pós-pandemia

Com a economia a recuperar acima do previsto no segundo trimestre de 2021, Mário Centeno prevê que a atividade económica "continue a crescer rapidamente, excedendo os níveis pré-crise no quarto trimestre de 2021"

Pedro Carreira Garcia

O governador do Banco de Portugal alertou esta segunda-feira para a subida da dívida pública depois do gasto público durante a pandemia da Covid-19, no âmbito do discurso de abertura da conferência de Estabilidade Financeira do banco central.

Com a economia a recuperar acima do previsto no segundo trimestre de 2021, Mário Centeno prevê que a atividade económica "continue a crescer rapidamente, excedendo os níveis pré-crise no quarto trimestre de 2021", graças a uma maior despesa das famílias, mais confiantes no futuro da economia e com poupanças depois dos diversos confinamentos do último ano e meio.

Porém, o governador recorda "que iremos partir de uma dívida mais alta, muito mais alta", disse, ressalvando ainda que "o emprego ainda está por recuperar, com muita reafectação laboral a decorrer", com o desaparecimento de 4 milhões de postos de trabalho e mais 1,4 milhões de desempregados hoje do que antes da crise na zona euro.

"A trajetória prevista antes da pandemia deverá ser alcançada até ao fim de 2023. Isto são excelentes notícias. Se materializada, tal nunca aconteceu antes. Não haverá uma perda económica permanente decorrente da crise, mesmo com uma composição produtiva diferente", alertou o governador, notando que as políticas públicas deverão ser "consistentes" com esta previsão.

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