O trambolhão inédito da economia portuguesa no ano passado, na sequência da pandemia de covid-19 e das medidas restritivas para a combater, foi, afinal, ainda mais severo do que se pensava, com o Produto Interno Bruto (PIB) a recuar 8,4% e não 7,6%, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados esta quinta-feira.
A autoridade estatística nacional publicou as contas nacionais anuais provisórias para 2020 e agravou o número relativo à evolução do PIB em termos reais no ano passado em 0,8 pontos percentuais.
"Com este resultado, 2020 passa a ser o ano com maior contração da atividade económica desde 1995 (início desta série das Contas Nacionais)", escreve o INE.
Explicação? O INE destaca que "a revisão dos valores referentes a 2020 foi fundamentalmente determinada pela ainda maior contração que a inicialmente estimada das atividades de alojamento e restauração e transporte e armazenagem". Ou seja, o ano horribilis para estes sectores foi ainda pior do que se pensava.
Segundo o INE, "esta revisão traduziu sobretudo a incorporação dos resultados da Informação Empresarial Simplificada referente a 2020 entretanto disponibilizada".
O INE publicou ainda as contas anuais nacionais finais relativas a 2019 e, aí, a situação foi inversa. Ou seja, o crescimento do PIB foi revisto em alta, de 0,2 pontos percentuais em termos reais, para 2,7%.
O INE escreve ainda que em 2020, o Rendimento Nacional Bruto (RNB) diminuiu 5,7%, após o crescimento de 4,3% em 2019. Quanto à taxa de poupança das famílias "disparou para 12,8%, 5,6 pontos percentuais superior ao ano anterior".
No ano passado, a economia apresentou uma necessidade de financiamento de 0,1% do PIB, que contrasta com a capacidade de financiamento (1,0%) registada em 2019, aponta ainda o INE.