Economia

Lucro da Ryanair desce 7% em seis meses para 1,2 mil M€

O lucro da Ryanair desceu 7% para 1,2 mil milhões de euros, em seis meses até 30 de setembro, informou hoje a transportadora aérea, que registou, porém, a subida de receitas e de passageiros.

Na primeira metade do seu ano fiscal, a companhia irlandesa de baixo custo informou que as tarifas médias caíram 3% face ao excesso de capacidade na Europa, a uma Páscoa celebrada mais cedo, enquanto repetidas greves e escassez de pessoal entre os controladores aéreos provocaram cancelamentos nas tarifas mais altas, nos voos de fim de semana.

Citado num comunicado da empresa, o presidente executivo da transportadora, Michael O’Leary, referiu a diminuição nas tarifas e destacou a subida em 27% das receitas complementares (que inclui bagagens de porão, marcação de lugar a bordo, taxas de alterações das reservas e comissões de serviços de parceiros e vendas a bordo).

Essa subida "compensou o combustível mais caro e os custos com pessoal e EU261 (regulamento europeu sobre indemnizações", segundo o CEO, que referiu que mesmo com o repetido impacto "do pior verão de sempre de disrupções no controlo aéreo" o tráfego cresceu 6% num inalterado 96% 'load factor' (lugares efetivamente usados nos aviões).

Os números dos primeiros seis meses das contas da Ryanair mostram que o tráfego cresceu 6% para 76,6 milhões de passageiros e que as receitas passaram para 4,79 mil milhões de euros, numa subida de 8%. Já as tarifas médias caíram 3% para menos de 46 euros.

As receitas complementares aumentaram 27% para 1,3 mil milhões de euros, justificadas pela companhia nomeadamente com assentos prioritários e reservados.No comunicado de apresentação dos resultados, a Ryanair deu conta dos "acordos assinados" com sindicatos de pilotos da Irlanda, Reino Unido, Itália e Portugal e com os representantes de tripulantes de cabine da Alemanha.Desde dezembro de 2017, altura em que a transportadora começou a reconhecer os sindicatos, foi conseguido um "bom progresso" nas negociações com os representantes dos trabalhadores, incluindo, na "semana passada", com os pilotos nas bases portuguesas.No entanto, o sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) já garantiu que ter acordado apenas princípios relativos à antiguidade. "O progresso tem sido mais lento em outros mercados como Espanha e Portugal, nos tripulantes de cabine, e na Alemanha, com pilotos, onde funcionários concorrentes têm interferido para atrasar acordos com os nossos trabalhadores e os seus concorrentes", acusou a companhia, no comunicado divulgado esta manhã.No período referente às contas apresentadas agora, a Ryanair sofreu um "número pequeno, apenas oito dias, de greves limitadas este verão", tendo trabalhado para minimizar as consequências e operar "90% do horário previsto em cada um desses dias", graças a tripulantes e pilotos que "não apoiam essas disrupções"."A Ryanair mostrou que nos últimos 10 meses podemos e vamos trabalhar com sindicatos para chegar a acordos justos e razoáveis para os nossos trabalhadores, mantendo competitividade e eficiência. Também podemos gerir greves, embora façamos o máximo para evitá-las", segundo a empresa, que garantiu que continuará a negociar e a concluir acordos com os sindicatos este inverno.Com as negociações a decorrerem, a empresa não afasta cenários de mais greves, mas espera que os impactos sejam "muito limitados".A transportadora assinalou ainda que o aumento do risco de não acordo quanto à saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit'), nomeadamente para os seus acionistas britânicos, que ficarão limitados no seu direito de voto e de venda de ações.

Lusa

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