O IBEX 35 madrileno abriu a cair mais de 06 por cento, se bem que a meio da manhã se tenha estabilizado nos 3,5%. Mal abriu a cotação, a variação de alguns títulos foi tão grande que o regulador do mercado de valores teve de suspender a negociação de várias cotadas. Mais uma vez, a meio da manhã a situação já estava normalizada.
As empresas Abengoa e Sacyr, com quedas de 8% e de 7%, respetivamente, lideram as quedas no IBEX, seguidas do setor financeiro (o Banco Popular cai 7,9%, enquanto o Sabadell, o Bankia, o Santander e o BBVA sofrem perdas em torno dos 6%).
Nenhum título espanhol negoceia no verde, e os títulos que estão a suportar a crise grega são a Endesa, a Amadeus e a Gas Natural, com quedas de cerca de 2%.
Por outro lado, o risco da dívida pública espanhola subiu 170 pontos base na abertura dos mercados caindo depois (após intervenção do BCE) para 150 pontos. A dívida italiana roçou os 200 pontos e a portuguesa atingiu os 211 pontos base.
Na semana passada, a Goldman Sachs afirmava num relatório que, caso a Grécia aplicasse medidas de controle de capitais, o risco da dívida de Espanha e Itália poderiam disparar entre 200 e 250 pontos base, enquanto que no pior cenário (o Grexit, ou saída da Grécia do euro) o diferencial para os "bonds" alemães, nos quais previsivelmente os investidores se irão refugiar, poderia crescer entre 350 e 400 pontos base.
Face a um início de dia muito complicado nos mercados e que ainda pode piorar, o Governo espanhol realizou uma reunião de emergência com a Grécia como tema único.
Ainda antes, o ministro da Economia, Luís de Guindos, afirmou que a boa condição da economia espanhola "blinda" o país quanto a um possível efeito de contágio.
"A situação de Espanha é muito diferente de outros países uma vez que é a economia que mais cresce; a situação dos bancos não tem nada a ver com a de há três anos e o nosso défice fiscal também não", assegurou o ministro em entrevista à Rádio Nacional Espanhola.
Já na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, De Guindos deixou claro que considera que a Grécia tem lugar e deve estar na zona euro.
O ministro disse estar convencido de que a Grécia vai manter-se no euro, porque essa é "a melhor opção para a sociedade grega", independentemente dos eventuais riscos de contágio.
Lusa