Economia

Pires de Lima diz que "há condições" para acordo sobre aumento do salário mínimo

O fim do programa de assistência financeira  a Portugal abriu condições para que Governo, sindicatos e associações empresariais  cheguem a um acordo sobre o aumento do salário mínimo nacional, considerou  hoje o ministro da Economia, Pires de Lima.  

"Desejo que as negociações para a valorização do salário mínimo nacional,  que têm e devem ser feitas em sede de concertação social -- é aí que está  o Governo, mas também os representantes dos trabalhadores, os sindicatos,  e os representantes dos empresários --, continuem a evoluir num sentido  positivo", afirmou aos jornalistas o responsável.  

"Não tenho escondido que nós, no Ministério da Economia, entendemos  que, com o fim do programa de assistência financeira, com a saída da 'troika'  de Portugal, há condições, finalmente, para se poder chegar a um acordo  sobre o aumento do salário mínimo nacional", sublinhou.  

Pires de Lima falava à comunicação social antes de um encontro com os  responsáveis da Cisco, empresa norte-americana que tem a sua sede em Portugal  localizada no Lagoas Park, em Oeiras. "Eu desejo que essas negociações continuem a progredir em bom sentido,  para que esta atualização se possa fazer com efeitos o mais rapidamente  possível", acrescentou.  

Questionado sobre se acha que tal será possível de acontecer já com  efeitos a partir de outubro, Pires de Lima deixou a resposta para "quem  tem a responsabilidade de representar o Governo, os trabalhadores e as empresas,  como ontem (terça-feira) foi referido pelo senhor vice-primeiro-ministro (Paulo Portas)". "É ao ministro Pedro Mota Soares que compete liderar este dossiê", salientou. 

E concluiu: "O meu desejo é que as negociações possam continuar a progredir  em bom ritmo. Não vou falar de valores, nem de calendários. Mas acho que,  com a saída da 'troika', e com estas negociações formais que estão a decorrer  em conselho de concertação social, estão reunidas as condições para que  se possa chegar a um acordo, que eu espero que seja o mais rápido possível". 

O grupo de trabalho que está a discutir o salário mínimo nacional (SMN)  reuniu-se hoje e, no final do encontro, o secretário de Estado do Emprego,  Octávio de Oliveira, afirmou que o Governo quer atualizar esta remuneração,  mas antes disso pretende "obter um entendimento generalizado em relação  aos parâmetros que estão em apreciação".  

O governante reafirmou a intenção do Executivo de proceder à atualização  da remuneração mínima, congelada desde 2011 nos 485 euros, sublinhando a  sua importância "em relação à produtividade e competitividade das empresas  e da economia".  

Para dia 30, está agendada uma reunião da comissão permanente do Conselho  Económico e Social (CES), em que o SMN deverá estar na agenda. Entretanto,  acrescentou, podem ocorrer "outros agendamentos" para discussão desta matéria. 

Na reunião de hoje, as centrais sindicais afastaram-se do consenso:  a UGT propôs um salário mínimo nacional de 505 euros sem atualização até  ao final de 2015, abrindo mão de efeitos retroativos, um valor que a CGTP  considerou que "não é minimamente justo".  
  
      
 

 

 

Lusa

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