Economia

PGR diz que equipa especial de investigação permite ter "visão integrada e adequada" do caso BES

A procuradora-geral da República justificou hoje a constituição de uma equipa especial para investigar o caso BES, com a necessidade de ter uma "visão integrada e adequada" do caso e responder com mais celeridade e eficácia.

"Aquilo que chamamos o caso BES pode vir a significar a necessidade  de várias intervenções do Ministério Público, não só na área criminal, mas  também noutras áreas. Logo há a preocupação de termos uma equipa, do ponto  de vista da investigação criminal, capaz e adequada, que nos permita ter  uma visão integrada daquilo que é o caso BES", disse Joana Marques Vidal.

A procuradora-geral da República falava à agência Lusa e à TVI no final  da cerimónia de posse, em Lisboa, de vários procuradores-gerais-adjuntos,  num dia   que coincidiu com a entrada em vigor do novo mapa judiciário. 

Segundo Joana Marques Vidal, a criação de uma equipa especial e multidisciplinar  para o caso BES permite ainda estabelecer uma "organização processual",  por forma a dar uma resposta que "não seja muito morosa". 

Admitiu que, eventualmente, o caso BES pode "trazer muitas implicações"  e que o Ministério Público (MP) tem de estar preparado "para uma abordagem  que seja capaz de dar uma resposta eficaz". 

Questionada sobre se o MP vai evitar os megaprocessos, Joana Marques  Vidal respondeu que, independentemente de haver um megaprocesso ou, em alternativa,  vários processos, o "importante é que a ação do Ministério Público seja  uma ação articulada e integrada", evitando que que existam "processos contraditórios".

Sobre se os protugueses podem esperar uma resposta firme, eficaz e atempada  do MP e da Procuradoria-Geral da República (PGR) na investigação do caso  BES, devido à dimensão do problema e ao que "está em jogo", Joana Marques  Vidal replicou que os portugueses "podem esperar" e até "devem exigir",  do MP e da PGR, que atue de "forma rigorosa e eficaz" no caso BES, como  em todos os outros casos. 

Após rebentar o chamado caso BES, a PGR criou uma equipa especial para  investigar as alegadas irregularidades e os ilícitos criminais na gestão  daquele banco, sendo a equipa multidisciplinar constituída por magistrados  do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), elementos  da Autoridade Tributária, da Polícia Judiciária e dos reguladores - Comissão  do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Banco de Portugal. 

Hoje, a PGR referiu aos jornalistas que o estatuto do MP prevê a criação  destas equipas para seguir os casos de "criminalidade mais complexa", onde é importante o contributo de "vários saberes". 

Lusa

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