Economia

Fernando Ulrich diz que dispensar última tranche é "opção mais sensata" 

O presidente do banco BPI, Fernando Ulrich,  considerou hoje como a "opção mais sensata" a decisão do Governo de abdicar  da última tranche do empréstimo da 'troika' para não ter de prolongar o  programa de resgate. 

© Rafael Marchante / Reuters

"Do que conheço, parece a opção mais sensata", disse Ulrich, à margem  da divulgação na bolsa de Lisboa dos resultados da oferta de troca de dívida  do BPI em ações. 

A ministra das Finanças anunciou hoje, no final do Conselho de Ministros,  que o Governo abdicou de "receber o último reembolso do empréstimo" por  não querer solicitar "uma nova extensão que reabrisse o programa com a 'troika'".

"É muito importante que isto seja percebido. O que nós deixámos foi  de ter condições para receber a última 'tranche'. Por cerca de duas semanas  acabámos por não poder alcançar esse resultado", explicou Maria Luís Albuquerque  já na Assembleia da República. Portugal tinha a receber 1,7 mil milhões  de euros do lado de Bruxelas e 900 milhões de euros pela parte do FMI. 

O BPI anunciou hoje, em sessão na bolsa de Lisboa, a concretização da  operação de troca de dívida do banco e de sociedades do grupo por ações,  permitindo o aumento do capital social do BPI em 103 milhões de euros. 

O objetivo desta operação era o reforço dos rácios de capital do banco  e contribuir para a devolução ao Estado dos restantes 420 milhões de euros  de obrigações subordinadas de conversão contingente (as chamadas 'CoCo bonds')  subscritas pelo Tesouro. 

Ulrich reafirmou hoje, aos jornalistas, que ainda acredita que poderá  devolver o valor restante este mês, já que para isso falta apenas a concordância  do Banco de Portugal. 

"Os rácios de capital do banco são confortáveis, fornecemos toda a informação  complementar que foi solicitada, o Banco de Portugal conhece-nos bem. Gostávamos  de poder concluir o reembolso ao fim de dois anos, ou seja, três anos antes  do prazo limite", afirmou. 

Além disso, acrescentou Fernando Ulrich, ao BPI interessa reembolsar  "o mais rápido possível" o valor em falta, até porque esta "é uma dívida  cara". 


Lusa 

 

Últimas