Economia

Portugal tem "almofada" de 15 mil milhões sem contar com reserva da banca 

Portugal tem uma 'almofada financeira' de 15  mil milhões de euros, excluindo o montante consignado à banca que ainda  não foi utilizado, segundo informações prestadas à Lusa pelo IGCP, a agência  que gere a dívida pública portuguesa.  

Os comunistas garantem que os dados confirmam um abrandamento da economia, já que no primeiro trimestre o aumento da riqueza produzida pelo país foi de 1,3%.
© Leonhard Foeger / Reuters

No entanto, considerando o valor reservado para o setor financeiro,  de 6,4 mil milhões de euros, a 'almofada financeira' de que Portugal dispõe  ascende aos 21,4 mil milhões de euros. 

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou que o Governo  "é livre" de usar esse montante "sem qualquer tipo de restrição", após os  testes de 'stress' ao setor bancário. 

Na sexta-feira, na conferência de imprensa em que apresentou os resultados  da 12. avaliação ao programa, Maria Luís Albuquerque, disse que, uma vez  que está em curso até ao final de outubro "uma avaliação abrangente do sistema  bancário europeu para preparar o início do mecanismo europeu de supervisão  bancária", o Governo se comprometeu, "voluntariamente, a manter esse montante  reservado até que este processo esteja concluído". 

Mas, segundo a governante, concluído esse processo, Portugal estará  "naturalmente livre para o utilizar para reembolsar, realizar outras necessidades  de financiamento, substituir emissões de dívida, sem qualquer tipo de restrição".

Assim, somadas as duas parcelas, a 'almofada financeira' do país ascende  a 21,4 mil milhões de euros, o equivalente a 12,9% do Produto Interno Bruto  (PIB), mas excluindo a parcela que está ainda reservada à banca, a 'almofada  financeira' portuguesa corresponde a 9% do produto. 

Quando a Irlanda terminou o seu programa de resgate, a 15 de dezembro  de 2013, tinha uma 'almofada financeira' de 20 mil milhões de euros, o que  corresponde a 12,2% do PIB irlandês. A Irlanda, tal como Portugal, optou  por uma 'saída limpa', não recorrendo a programa cautelar. 

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje, no discurso  em que anunciou que o país vai terminar o programa de resgate sem recurso  a qualquer programa cautelar, que Portugal tem "reservas financeiras para  um ano". 

"Temos reservas financeiras para um ano, que nos protegem de qualquer  perturbação externa. Temos a confiança dos investidores e os juros da nossa  dívida estão em níveis historicamente muito baixos. Temos excedentes externos  como não acontecia há décadas", disse o primeiro-ministro. 

Lusa

 

     

 

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