A realização de um Conselho de Ministros extraordinário foi confirmada na quinta-feira passada pelo ministro da Presidência, Luís Marques Guedes que explicou que o objetivo do encontro de hoje é "permitir que a discussão relativamente ao DEO seja fechada com a participação e coordenação" do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que esteve ausente, por questões de agenda, das últimas duas reuniões ordinárias e não estará também na da próxima quinta-feira.
Em fevereiro, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados da 11. avaliação ao programa de assistência económica e financeira, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, afirmou que as medidas de austeridade para 2015, e que irão ser discutidas na última avaliação ao resgate, estarão incluídas no DEO, que de acordo com o calendário orçamental é apresentado em abril.
Na semana passada, num encontro informal com jornalistas, fonte oficial do Ministério das Finanças disse que o Governo está a avaliar a possibilidade de aplicar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) de forma permanente, ajustando o valor das pensões a critérios demográficos e económicos, e que o impacto da medida deveria ser quantificado no Documento de Estratégia Orçamental (DEO) em abril.
Em Moçambique, na quinta-feira, o primeiro-ministro disse que o Governo não tem, nesta fase, nenhuma discussão "em cima da mesa" sobre reduções adicionais de salários e pensões, mas insistiu na necessidade de garantir a sustentabilidade do sistema de Segurança Social.
Já na sexta-feira, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, disse que "foi um erro" o que se passou relativamente às notícias sobre um eventual corte permanente nas pensões, sublinhando que ainda não há nenhuma proposta, nem o Governo tomou qualquer decisão política.
No início da semana, nas jornadas parlamentares do PSD, e perante notícias que apontavam para cortes no DEO na ordem dois mil milhões de euros, o primeiro-ministro disse não haver "nada escondido" em matéria de défice público e objetivos do país para 2015.
"É sabido que ainda precisamos de fazer descer o nosso défice público em 2015, nos termos que ficaram acordados com os nossos credores internacionais, para 2,5% do PIB. Não sabemos ainda com rigor, em termos de valor absoluto, o que é que isso vai significar. Mas haveremos de saber dentro de algum tempo, durante o mês de abril terá de ficar clarificado", declarou Pedro Passos Coelho.
Com Lusa