Economia

Atenas e troika alcançam acordo sobre novas medidas de austeridade

Atenas e os representantes da 'troika' alcançaram  hoje um acordo sobre as novas medidas de austeridade que deverão ser tomadas  em troca de um novo desembolso do resgate financeiro, informou a imprensa  grega citando fontes do Governo. 

© Yorgos Karahalis / Reuters

Estas negociações estavam a decorrer desde setembro do ano passado  e refere-se às tranches previstas para o último trimestre de 2013 e para  o primeiro deste ano.  

Depois do acordo alcançado, ficaram por fixar pormenores técnicos,  que deverão ser definidos hoje à tarde, e espera-se que nas próximas horas  o primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, se dirija à nação  para explicar as novas medidas.  

Um dos temas que mais divisão provocou foi a forma da repartição do  excedente primário (que não inclui o serviço da dívida) alcançado no exercício  de 2013 e que Atenas avalia em cerca de 1.000 milhões de euros.  

O acordo estabelecido pela Grécia com os credores internacionais (Comissão  Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) previa  que 30% do excedente primário fosse utilizado para o pagamento da dívida,  enquanto os outros 70% poderiam ser distribuídos pelo Governo pelos menos  favorecidos.  

Contudo, os representantes da 'troika' recusaram manter o acordo, porque  duvidam que a execução orçamental de 2014 se vá cumprir com um novo excedente  primário estabelecido como objetivo no programa de ajustamento.  

Segundo as primeiras informações sobre o acordo à imprensa grega, o  novo acordo prevê a utilização de cerca de 500 milhões de euros no denominado  "dividendo social", através do qual se aumentarão as pensões mais baixas  e os salários de polícias e militares.  

Outra parte será reservada ao equilíbrio das contas de 2014 e uma terceira  será dedicada a cobrir o buraco fiscal originado pela redução das contribuições  das empresas, já que a 'troika' conseguiu o objetivo de reduzir em 3,9%  o montante com o que as empresas contribuíam para a Segurança Social por  cada trabalhador.  

Por enquanto, desconhece-se se o acordo prevê a facilitação do despedimento  coletivo, a limitação do direito à greve ou a liberalização de determinados  mercados, que eram outras das exigências da 'troika'.  

 

Lusa

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