Economia

Governo deve tirar ilações de decisão "expressiva", defende Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado

O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE)  congratulou-se hoje com a decisão do Tribunal Constitucional (TC), que chumbou  o corte de 10% nas pensões, considerando que "o Governo deve tirar ilações"  da decisão "expressiva" dos conselheiros. 

Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado

O Tribunal Constitucional chumbou hoje por unanimidade o diploma que  estabelece o corte de 10% nas pensões de reforma, aposentação e invalidez  e nas pensões de sobrevivência da função pública, que suscitou dúvidas ao  Presidente da República. 

Em declarações à agência Lusa, a presidente do STE, Maria Helena Rodrigues,  afirmou que foi "uma decisão expressiva" e que atesta "o funcionamento das  instituições". 

"Já são várias as normas e já são vários os diplomas que o TC vem declarando  inconstitucionais. O TC é o guardião do cumprimento da constitucionalidade  e é bom que as instituições funcionem. Mas não podemos pensar que um Governo  pense constantemente em atropelar os princípios da constitucionalidade",  afirmou a dirigente sindical, sem explicitar se entende que o executivo  deve demitir-se ou não. 

Interrogada sobre quais as medidas que prevê que sejam adotadas para  compensar este chumbo, Maria Helena Rodrigues disse desconhecer os custos  em causa e reiterou a necessidade de adotar medidas de estímulo à economia.

"Não conhecemos o que é preciso compensar. As medidas alternativas que  nós advogados passam por um recuo no caminho que vem sendo seguido e por  medidas que fomentem a atividade económica e o crescimento económico", disse  ainda a presidente do STE. 

O chumbo do Tribunal Constitucional ao diploma do regime de convergência  de pensões entre o setor público e privado pode provocar um 'buraco' nas  contas públicas de até 388 milhões de euros. 

As medidas previstas no diploma tinham uma poupança total prevista de  728 milhões de euros, mas esta era uma poupança bruta, já que uma regra  que pretendia evitar a dupla penalização de alguns destes pensionistas com  a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) acabava por retirar  340 milhões a esta poupança, restando com o total desta medida 388 milhões  de euros. 

 

Lusa

Últimas