Esta votação esteve marcada para a última sexta-feira, mas foi adiada por uma semana depois de, no plenário da Assembleia da República, o PS ter identificado sinais de abertura da parte do Governo para alcançar um compromisso sobre as alterações ao IRC - Imposto sobre o Rendimento de Pessoa Coletiva.
Na terça-feira, os coordenadores dos partidos com assento na comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública decidiram criar um novo período de entrega de propostas de alteração ao diploma que altera o IRC até às 18:00 de hoje, podendo também indicar até essa hora quais os artigos que, tendo sido já votados, os pretendem discutir novamente.
Na quinta-feira, a partir das 14:00, a comissão volta a reunir-se para votar as novas propostas e os artigos em relação aos quais os partidos querem alterar o sentido de voto.
Este adiamento por uma semana surge após a falta de acordo entre a maioria parlamentar PSD/CDS-PP e o Partido Socialista na quinta-feira da semana passada. A votação já tinha sido prolongada e adiada em várias sessões da comissão, mas os partidos não conseguiram chegar a acordo.
Para as negociações desta semana, o PS está disponível para aceitar que haja uma taxa entre 17 e 19 por cento, tal como sugeriu Passos Coelho no plenário da Assembleia da República, mas aplicando-a agora aos primeiros 20.000 euros de lucro e não aos primeiros 12.500 euros de lucro.
O PS defende a manutenção da fasquia de 10% de participação em capital social (e não 5%) para a isenção de tributação de mais-valias obtidas no exterior e a aplicação de uma sobretaxa (derrama estadual) para empresas com lucro anual superior a 15 milhões de euros, um limite que a maioria PSD/CDS apenas aceita para lucros superiores a 50 milhões de euros.
O PS defende ainda que, em 2015, uma eventual nova descida do IRC seja encarada em conjunto com reduções do IVA (eletricidade, gás e restauração) e da sobretaxa de IRS.
Em relação à taxa geral de IRC, que está atualmente nos 25%, os socialistas estão disponíveis para a reduzir para os 23% em 2014, como propôs o Governo, dependendo do grau de aceitação das suas contrapropostas por parte da maioria parlamentar PSD/CDS-PP.