Economia

Mais de 500 trabalhadores dos Estaleiros a caminho de Lisboa para exigir suspensão do encerramento

Mais de 500 pessoas partiram hoje de manhã de Viana do Castelo para um protesto previsto para a residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, durante o qual vão apelar à suspensão do encerramento dos estaleiros navais.

(Reuters/Arquivo)
© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

O protesto está agendado para as 15:30, junto ao Palácio de São Bento,  e o transporte dos manifestantes - atuais e antigos trabalhadores -, que  partiram pelas 08:15 da porta dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo  (ENVC), envolveu nove autocarros, alugados pela Câmara local. 

O protesto conta com o apoio da CGTP, envolve um desfile dos trabalhadores  em Lisboa e, desde junho de 2011, será o oitavo promovido pelos trabalhadores  dos ENVC, o terceiro realizado na capital. 

Com esta manifestação, explicam, pretendem reclamar a suspensão do processo  de subconcessão - acompanhado do encerramento da empresa -, e a avocação  do dossiê pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. 

"Não há nenhuma decisão definitiva da União Europeia em que seja necessário  fechar os ENVC. Até podem continuar a ser estaleiros navais militares de  Viana do Castelo  1/8para justificar as ajudas públicas 3/8, há possibilidade  de os estaleiros continuarem como empresa pública, no setor empresarial  do Estado", declarou, à saída para Lisboa, o porta-voz da comissão de trabalhadores.

António Costa insistiu que há alternativas ao encerramento dos ENVC,  que pretendem transmitir diretamente a Passos Coelho. 

"Haja vontade em viabilizar esta empresa. Há muitas opções que o senhor  primeiro-ministro pode tomar", afirmou Costa, garantindo que os trabalhadores  "não querem indemnizações". 

Os trabalhadores reclamam a reestruturação da empresa e um investimento  na sua modernização, bem como o arranque da construção de dois asfalteiros  para a Venezuela, uma encomenda de 128 milhões de euros feita em 2010. 

O grupo Martifer anunciou que vai assumir em janeiro a subconcessão  dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, pagando ao Estado  uma renda anual de 415 mil euros, até 2031, conforme concurso público internacional  que venceu. 

A nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos atuais 609 trabalhadores,  que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis, que  vai custar 30,1 milhões de euro

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