Economia

Trabalhadores dos estaleiros de Viana saem à rua a 4 de outubro contra subconcessão

Os trabalhadores dos Estaleiros Navais  de Viana do Castelo (ENVC) aprovaram hoje a realização de uma manifestação  pelas ruas daquela cidade a 04 de outubro, uma das medidas previstas para  contestar o concurso da subconcessão da empresa. 

(Reuters/Arquivo)
© Jose Manuel Ribeiro / Reuters

A medida foi aprovada hoje por unanimidade, em reunião geral de trabalhadores,  e prevê a participação de atuais e antigos operários, familiares e população  num desfile pelas ruas da cidade, com partida dos estaleiros às 10:00 de  04 outubro, em direção à Praça da República. 

A realização desta jornada de luta, contra o concurso da subconcessão  dos terrenos e infraestruturas dos ENVC, foi confirmada no final da reunião  realizada na empresa pelo coordenador da União de Sindicatos de Viana do  Castelo. 

O objetivo, explicou Branco Viana, é "desmascarar" este concurso e os  argumentos do Ministério da Defesa Nacional, além de explicar publicamente  as consequências desta decisão para a empresa e para os 620 postos de trabalho.

Os trabalhadores, num plenário realizado em conjunto com o movimento  sindical, decidiram ainda que todas as quintas-feiras de outubro terão lugar  reuniões na empresa para "avaliar" os desenvolvimentos neste processo e  definir novas formas de luta. 

"Vamos continuar a defender até à exaustão esta empresa, que é estratégica  para o país e para a região, e os postos de trabalho", disse, por seu turno,  António Costa, coordenador da comissão de trabalhares dos estaleiros. 

Todas estas iniciativas, acrescentaram ainda, terão lugar apenas depois  das eleições autárquicas, para evitar o "aproveitamento político" deste  processo. 

O concurso para a subconcessão dos terrenos e infraestruturas dos ENVC  decorre até às 10:00 do dia 23 de setembro de 2013, data limite para a apresentação  de propostas. 

Segundo o programa de procedimento, a escolha do vencedor do concurso,  já durante o mês de outubro, será feita apenas de acordo com dois critérios  de avaliação e respetivos coeficientes de ponderação, ambos de cariz financeiro.

É o caso da renda anual proposta por cada concorrente pelos terrenos  e infraestruturas a subconcessionar pela administração dos ENVC até 31 de  março de 2031, que terá um peso de 70% na avaliação do júri. 

O segundo item da avaliação prevê o pagamento de uma caução, que "não  poderá ser inferior a 5% da soma das rendas anuais propostas durante todo  o período da subconcessão", equivalente a 209 meses (17,42 anos) e cujo  montante proposto representará 30% do peso da avaliação. 

Este concurso envolve uma área total de 245.162 metros quadrados, prevendo  o "exercício da indústria de construção e reparação de navios, podendo ainda  ser utilizada para a instalação de indústria de fabricação de componentes  para aerogeradores eólicos e para o exercício da indústria metalomecânica".

Trata-se da solução apresentada como alternativa à investigação da Comissão  Europeia às ajudas públicas atribuídas aos ENVC entre 2006 e 2011, já que,  segundo o entendimento do Governo, como a empresa não dispõe dos 181 milhões  de euros - que terá de devolver ao Estado caso a investigação confirme as  suspeitas de violação das regras da concorrência -, isso implica o seu encerramento.

Em paralelo, é lançado o concurso internacional para a subconcessão  dos terrenos e infraestruturas atuais, de forma a manter a atividade de  construção naval no local. 

 

Lusa

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