Em conferência de imprensa, o porta-voz da instituição liderada por Christine Lagarde afirmou que o controverso plano que prevê uma penalização para os depositantes e para os detentores de títulos dos bancos de Chipre é "único" e dificilmente aplicável noutro país.
"Seria difícil estender o caso ao resto da Europa ou ao mundo", disse o porta-voz do FMI, respondendo às dúvidas que têm sido lançadas sobre se o modelo de resgate a Chipre pode servir de modelo para outros eventuais resgates na zona euro.
Na semana passada, depois de ser anunciada a intenção de avançar com uma taxa sobre os depósitos bancários no Chipre, no âmbito do pacote de apoio financeiro internacional ao país, Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças holandês que preside ao Eurogrupo, deu a entender que esta medida podia ser aplicada a outros países, em caso de necessidade.
A reação dos investidores foi imediata, tendo as praças acionistas europeias, com o setor bancário em destaque pela negativa, e a própria moeda única, registado desvalorizações significativas desde então.
Mesmo depois de Dijsselbloem ter vindo a público corrigir estas afirmações, os mercados não sossegaram e, de acordo com a deVere Group, consultora financeira especializada no aconselhamento a expatriados, os cidadãos estrangeiros que vivem nos países do Sul da Europa também não.
A 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) chegou a acordo com as autoridades de Nicósia para o resgate a Chipre na madrugada de segunda-feira, ficando definida uma ajuda de 10 mil milhões de euros.
Em troca, o país compromete-se a mexer no setor bancário, encerrando o segundo maior banco, o Laiki Bank, e reestruturando o maior, o Banco de Chipre.
Os depósitos inferiores a 100 mil euros não serão afetados, contrariamente ao inicialmente previsto, mas acima de 100 mil euros será criada uma taxa que poderá atingir os 40 por cento.
Lusa