Desporto

Detido futebolista Youcef Atal por "apologia ao terrorismo"

O jogador do Nice já tinha sido suspenso pelo clube, durante sete meses, depois de uma publicação polémica, nas redes sociais, sobre a guerra entre Israel e o Hamas.

Futebolista do Nice Youcef Atal
Daniel Cole

Lusa

SIC Notícias

O futebolista argelino Youcef Atal, do Nice, foi detido ao abrigo de uma investigação por "apologia ao terrorismo", após uma publicação ligada ao conflito entre Israel e o Hamas, foi anunciado esta sexta-feira.

Youcef Atal, que deverá ser levado à justiça nas próximas horas, estava a ser investigado por incitamento ao ódio por motivos religiosos, por ter partilhado nas suas redes sociais um vídeo em que um pregador palestiniano apelava ao ataque a Israel.

O jogador, de 27 anos, publicou em outubro na sua conta Instagram um vídeo de um pregador palestiniano a rezar por "um dia negro para os judeus" e a pedir para acompanhar "a mão" dos habitantes da Faixa de Gaza que "atiram pedras" contra Israel.

A publicação provocou a reação do presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Philippe Diallo, que as considerou "contrárias à ética" do desporto, e motivou tanto o autarca de Nice, Christian Estrosi, quanto as instituições judaicas francesas a solicitar a abertura de uma investigação.

Youcef Atal apagou rapidamente a publicação e pediu desculpa, mas as autoridades judiciais francesas abriram em 16 de outubro uma investigação por "apologia ao terrorismo" e "provocação ao ódio ou à violência por causa de uma religião específica".

O Nice, clube que se encontra na segunda posição da Liga francesa de futebol, atrás do Paris Saint-Germain, suspendeu o jogador até novo aviso e o comité disciplinar da Liga Profissional de Futebol (LFP) impôs-lhe uma suspensão de sete jogos.

Apesar das desculpas de Atal, o Nice optou por "tomar de imediato" sanções, "antes" daquelas que poderiam ser tomadas pelas autoridades desportivas ou judiciais, "tendo em conta a natureza da publicação partilhada e a sua gravidade".

O futebolista, que já esteve envolvido em idêntica situação em 2020, não escondeu o seu apoio ao povo palestiniano e condenou "todas as formas de violência", mostrando ainda solidariedade para com as vítimas.

"Nunca apoiarei uma mensagem de ódio", disse o defesa internacional argelino, que participou este fim de semana no triunfo por 2-0 da sua seleção frente a Moçambique, em jogo referente à fase de qualificação africana para o Mundial2026.

A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou no seu 49.º dia, foi desencadeada pelo ataque do movimento islâmico palestino que matou 1.200 pessoas, a maioria civis, em 7 de outubro em solo israelita a partir da Faixa de Gaza.

De acordo com o último relatório divulgado na quinta-feira pelo governo do Hamas, 14.854 pessoas foram mortas em bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro, incluindo 6.150 crianças e 4.000 mulheres.

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