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Sérgio Conceição responde a Rui Moreira: "Possivelmente não gostará desta instituição"

O treinador do FC Porto voltou, 37 dias depois, a falar à comunicação social. Sérgio Conceição respondeu à crítica "enganadora" do autarca Rui Moreira, que o acusou de ser um técnico falhado.

Daniel Pascoal

Na antevisão do jogo com o Estrela da Amadora, Sérgio Conceição quebrou o silêncio. Passado mais de um mês, houve tempo para falar sobre a equipa, João Moutinho e Otávio, mas também para responder ao “adepto” Rui Moreira, que criticou duramente o treinador do FC Porto nas redes sociais.

Em resposta às acusações do autarca do Porto, Conceição marcou posição e fez questão de frisar a história que construiu no Dragão.

“Acho que a forma e o conteúdo é mau e enganador. O meu passado é indelével, não se pode apagar. São 10 títulos”.

O treinador dos azuis e brancos relembra que é ano de eleição no clube, afirmando que “os adeptos têm que ser inteligentes”.

“Estamos num ano difícil. Os adeptos têm que ser inteligentes para perceber que há muita gente num ano eleitoral a querer se posicionar. A minha mensagem vai direitinha ao adepto, ao verdadeiro adepto, aquele que sofre, que espera horas por um autógrafo, que acompanha à chuva, ao sol ou ao vento a equipa para todo o lado. Temos que estar juntos e unidos, ou vai ser mais difícil”, frisou.

Sérgio Conceição disse ainda que, ao ver um adepto [Rui Moreira] a criticar “da forma como foi”, é porque “possivelmente não gostará desta grandíssima instituição que é o Futebol Clube do Porto”.

“Falei com João Moutinho ao telefone”

"Os 'timings' são o que são. Estamos sempre em dificuldade. O Otávio treinou durante a semana e esteve para ir a jogo frente ao Farense. Nessa sexta-feira, entrei numa clínica para realizar uma intervenção cirúrgica aos joelhos. No sábado, saí de lá com o Otávio vendido. Nessa manhã, o Otávio não queria treinar e saí diretamente do hospital para o Olival ainda não muito bem da anestesia [risos]", lembrou, em conferência de imprensa.

Eleito como o melhor jogador da última edição da I Liga, Otávio terminou uma ligação de nove anos e tornou-se mesmo a venda mais avultada da história do FC Porto, mas ditou mudanças na abordagem dos 'dragões' à reta final da janela de transferências, que foi também marcada pelo regresso de João Moutinho ao futebol português 10 anos depois.

"Teve a ver com esse 'timing'. O presidente [Jorge Nuno Pinto da Costa] falou-me nessa situação e, olhando para o passado recente, parecia-me que o João Moutinho estava em condições de nos poder ajudar. Falei, inclusive, com ele ao telefone no início da semana. Temos seis jogadores para essa posição. Entretanto, com essa saída do Otávio, houve situações a ajustar", rebobinou o treinador, que esteve 37 dias sem falar aos jornalistas.

O médio internacional português, que tinha passado com sucesso pelos 'dragões' entre 2010 e 2013, acabaria por ser oficializado pelo Sporting de Braga em 25 de agosto, na sequência de uma trajetória de cinco temporadas pelo Wolverhampton, da Liga inglesa.

"Eu e o presidente tivemos de conversar durante dois ou três dias sobre as entradas e as saídas para o equilíbrio [do plantel], algo que é fundamental para sermos competitivos. O João Moutinho optou por ir para o [Sporting de] Braga. Tal como o [Ricardo] Quaresma, o Pepe e outros jogadores, ele faz parte do ADN deste clube", analisou Sérgio Conceição.

Depois da saída de Otávio, o FC Porto contratou em definitivo o avançado espanhol Iván Jaime (ex-Famalicão) e selou junto dos neerlandeses do Ajax os empréstimos do lateral direito mexicano Jorge Sánchez e do extremo Francisco Conceição, filho do técnico, que retornou aos vice-campeões nacionais uma época depois de ter chegado a Amesterdão.

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