Desporto

Beijo polémico: Rubiales recusa demitir-se mas vai ser suspenso de funções

O Governo tem já em curso um pedido ao Tribunal Arbitral do Desporto para a suspensão com efeitos imediatos de Luís Rubiales das funções de presidente da Real Federação Espanhola de Futebol.

Marc Atkins/Getty Imagens

SIC Notícias

O Conselho Superior do Desporto (CSD) já encaminhou para o Tribunal Arbitral do Desporto as denúncias que recaem sobre o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) para que Luís Rubiales seja suspenso de funções e com efeitos imediatos.

“Hoje mesmo, com efeitos imediatos, o secretário de Estado do Desporto, na qualidade de presidente do Conselho Superior do Desporto, reencaminhará para o Tribunal Arbitral do Desporto as denúncias remetidas ao CSD”, e ainda esta tarde o o secretário de Estado espanhol do Desporto, Víctor Francos, dará uma conferência de imprensa, a explicar a decisão.

Em declarações à rádio Cadena Ser, o governante revelou que “as denúncias são muito graves”, o que implica que a suspensão de Rubiales tem de ser rápida, prevendo-se, aliás, que aconteça ainda esta sexta-feira.

O governante explicou que não falou com Rubiales a pedir a sua demissão porque, vincou, “não nos compete a nós fazê-lo, porque ao fazê-lo não seriam competentes no processo que começou hoje” e que seguirá para instâncias superiores.

Em causa estão atitudes que, o CSD classifica de “absolutamente incompatíveis com a [atividade de] representação do desporto espanhol, bem como dos valores de uma sociedade avançada como a espanhola”.

“Não me vou demitir”

Em conferência de imprensa ao final da manhã desta sexta-feira, o dirigente espanhol que tem estado nas “bocas do mundo”, após ter beijado sem consentimento uma jogadora da seleção espanhola, surpreendeu tudo e todos ao anunciar que não se vai demitir. Mais. Rubiales revelou que irá recorrer às instâncias judiciais para se defender das acusações.

"Foi [um beijo] espontâneo, mútuo, eufórico e consentido, o que tem sido o mote de todas as críticas. Foi consentido, esta jogadora tinha falhado um penálti e eu tenho uma grande relação com todas as jogadoras, fomos uma família durante mais de um mês e tivemos momentos carinhosos durante toda a concentração", justificou o dirigente na intervenção durante a Assembleia.

O responsável da RFEF justificou que, durante a cerimónia, a jogadora quase o levantou no ar e que se abraçaram, num momento que repetiu ter sido de entendimento mútuo, em que riram e em que Hermoso até lhe deu uma palmada amigável nas costas.

"Não há desejo, nem posição dominante, as pessoas sabem disso", referiu, acrescentando que estão a tentar fazer-lhe um "assassinato social".

No seguimento, o dirigente, e ao contrário do que fontes federativas tinham admitido na quinta-feira à agência EFE, disse que não se demitirá.

"Não me vou demitir, não me vou demitir", declarou, acusando membros do Governo, a imprensa e outras personalidades de quererem fazer "um assassinato de caráter", acrescentando que irá processar quem o acusou de "violência sexual".

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