Um tribunal de Las Vegas recomendou o arquivamento da acusação de violação de Kathryn Mayorga contra Cristiano Ronaldo, dando razão aos advogados de Cristiano Ronaldo. A decisão está relacionada com a "conduta inadequada" da advogada de Mayorga, por isso, o tribunal não tomou nenhuma decisão sobre se Ronaldo cometeu ou não um crime.
Numa recomendação ao juiz responsável pelo caso, o magistrado Daniel Albregts culpou o advogado de Kathryn Mayorga, Leslie Mark Stovall, de basear de forma inadequada o processo por danos civis em documentos confidenciais roubados que mostravam comunicações entre Ronaldo e os seus advogados.
"Rejeitar o caso de Mayorga pela conduta inadequada do seu advogado é uma consequência difícil", destacou o magistrado no seu relatório de 23 páginas dirigido à juíza Jennifer Dorsey - que irá decidir sobre esta questão -, citado pela agência AP. "Mas é, infelizmente, a única sanção apropriada para garantir a integridade do processo judicial", acrescentou.
A notícia deste acordo financeiro foi tornada pública pelo meio de comunicação alemão Der Spiegel, num artigo publicado em 2017 intitulado "Segredo de Cristiano Ronaldo" com base em documentos obtidos na plataforma digital Football Leaks.
Para Daniel Albregts a notícia divulgada pelo jornal alemão "deixa claro que esses documentos incluíam comunicações privilegiadas (...) entre os advogados europeus e norte-americanos de Ronaldo sobre o acordo". E Stovall "agiu de má fé ao pedir, receber e usar os documentos do Football Leaks para avançar com o caso de Mayorga".
"O caso de Mayorga contra Ronaldo provavelmente não existiria se Stovall não tivesse pedido os documentos do Football Leaks", afirmou o juiz, sublinhando que o conhecimento de Mayorga sobre o conteúdo dos documentos "não pode ser desfeito".
O magistrado rejeitou ainda o argumento de Stovall de que o uso dos documentos era justificado porque não foi o advogado quem os roubou e não podia provar que foram roubados.
Recomendou ainda que a juíza rejeite também a alegação de Stovall de que, porque Mayorga tinha dificuldades de aprendizagem quando criança e foi pressionada pelos representantes de Ronaldo, ela não tinha capacidade mental para assinar o acordo de confidencialidade em 2010.
Albregts sublinhou que o tribunal não tomou nenhuma decisão sobre se Ronaldo cometeu um crime e não encontrou evidências de que os seus advogados "intimidaram Mayorga ou impediram a aplicação da lei" quando a ex-modelo retirou as acusações criminais e aceitou o acordo confidencial, no valor de 375 mil dólares, em agosto de 2010.
O processo criminal movido contra o internacional português já tinha sido arquivado. Com esta decisão, o tribunal cível deve ir pelo mesmo caminho. Neste processo, Mayorga pedia uma indemnização de mais de 64 milhões euros.