Desporto

Clubes portugueses fora do projeto de uma Superliga europeia

Poderá estar em marcha a criação de uma Superliga europeia de futebol que deverá incluir apenas os maiores clubes europeus, deixando de fora as equipas portuguesas. Em causa está a investigação Football Leaks, levada a cabo por uma rede internacional de órgãos de comunicação social (o consórcio European Investigative Collaborations - EIC), do qual o jornal português Expresso faz parte.

Denis Balibouse

Desta vez, o consórcio teve acesso - mediante a partilha da revista alemã Der Spiegel - a um anexo de um 'e-mail' enviado no final de outubro ao presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, que se traduz num acordo vinculativo para ser assinado pelos presidentes de 11 clubes europeus para a concretização da Superliga Europeia em 2021, escreve o Expresso.


Isso implica, também, "a criação de uma organização multinacional para a gerir [a essa Superliga] , com poderes administrativos, financeiros e disciplinares", semelhantes aos da UEFA, mas "noutra escala", acrescenta o jornal.


Os 11 clubes fundadores são o Real Madrid, o Barcelona, o Manchester United, o Manchester City, o Chelsea, o Arsenal, o Liverpool, o PSG, a Juventus, o AC Milan e ainda o Bayern de Munique.


A estes acrescem cinco convidados, o Atlético de Madrid, o Olympique de Marselha, o Inter de Milão, o Roma e o Dortmund.
Da lista não faz parte qualquer clube português.


O Expresso adianta que o plano passa por constituir uma empresa em Espanha formada pelos clubes fundadores, que serão os donos, tendo como principais acionistas o Real Madrid, o Baecelona, o Manchester United e o Bayern.

Ideia para criar uma Superliga Europeia foi divulgada em 2016


A ideia de criar uma Superliga Europeia foi conhecida em 2016, mas nunca foi concretizada, chegando a ser afastada pela UEFA, que aceitou, para isso, aceder a algumas reivindicações de clubes europeus.


Em março do ano passado, marcando presença em Portugal, o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, rejeitou a ideia da criação de uma Superliga europeia, indicando que "isso significaria uma guerra" com esta instituição.


Também nesse mês, a Associação Europeia de Clubes anunciou, em Atenas, ter chegado a acordo com a UEFA para a reforma das competições europeias de clubes, colocando termo ao projeto de criação de uma Superliga.


O processo Football Leaks arrancou em 2016, com uma vaga de notícias resultante de fugas de informação sobre a indústria do futebol, nomeadamente pondo em causa a UEFA, e voltou agora ao ativo, com novas revelações.


Ao todo, foram 70 milhões de documentos a que a Der Spiegel teve acesso e que partilhou com os outros membros do EIC, numa análise que juntou 70 jornalistas de 15 órgãos de comunicação.


O Expresso assinala que este é "um número recorde" de fuga de informação, "seis vezes maior do que os Panama Papers quando foram lançados em 2016".


O resultado destas análises no âmbito do 'Football Leaks' começa agora a ser publicado pelo Expresso, que adianta que, durante este mês, haverá novas revelações abrangendo "histórias sobre transferências de jogadores, agentes, 'doping', racismo e casos de fraude".

Com Lusa

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