Desporto

Cresce pressão internacional para retirar Mundial 2018 à Rússia

Políticos alemães apelaram esta quarta-feira a que fosse retirada à Rússia a organização do Mundial 2018 de futebol, depois da queda de um avião da Malásia na Ucrânia, que tem sido atribuída pela comunidade internacional a separatistas pró-russos.

O ministro do Interior do Estado de Hesse (centro-oeste), Peter Beuth (CDU), considera "inconcebível" que o Mundial possa decorrer na Rússia "se  Moscovo não cooperar ativamente na investigação do incidente".  

"Confiar a organização do campeonato do Mundo à Rússia já era questionável  antes da crise na Ucrânia, porque o Kremlin continua a restringir os direitos  dos cidadãos", acrescentou Marieluise Beck, responsável pela política externa  dos Verdes, para quem Vladimir Putin "não é um anfitrião digno". 

Michael Fuchs, vice-presidente do grupo conservador na Assembleia, defende  que Alemanha, França ou Itália poderão "facilmente" substituir a Rússia  como país organizador, pois todos possuem "estádios suficientes" para acolher  a competição. 

Já o porta-voz adjunto do governo, Georg Streiter, evitou aprofundar  a questão, em linha com o vice-chanceler e ministro da Economia, Sigmar  Gabriel (SPD): "Faltam quatro anos e acho que temos problemas mais urgentes".

As decisões quanto à realização do Mundial são exclusivas da FIFA e  um dos seus dirigentes, o alemão Theo Zwanziger, descartou qualquer ação  contra a Rússia, lembrando que "os contratos já foram assinados" e que "raramente  há boicote no desporto". 

Na Holanda, que hoje recebeu vítimas do voo MH17 da Malasya Airlines  - das 298 pessoas, 193 eram holandesas -, a federação qualificou de "muito  sensível" a questão da participação no Mundial da Rússia. 

Ainda assim, a federação entende ser "mais apropriado" discutir essa  questão "mais tarde, quando a investigação sobre o desastre estiver concluída".

Já um investigador do Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo, Per  Kaageson, desafiou o país a fazer lobby contra a organização do campeonato  do Mundo na Rússia "caso a situação na Ucrânia não melhorar significativamente  nos próximos meses".

Lusa

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