O Boil é o primeiro festival climático português que junta arte, humor e ciência, em Serralves, no Porto. As alterações climáticas são o tema central do evento, que arranca no dia 25 de setembro.
As espécies guardadas no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto levantam o véu sobre o Boil, o primeiro festival climático português, que está quase a abrir portas. Das borboletas de várias cores e tamanhos, às vespas ou aos escaravelhos, os insetos assumem o protagonismo, quando o assunto é ambiente.
“Através deles, conseguimos perceber o que se está a passar, não só com os insetos, mas com os ecossistemas, com a biodiversidade”, aponta José Grosso Silva, curador de entomologia do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
“Eles estão ligados a tudo. Ligam-se com a vegetação, com os outros animais, fazem a circulação de nutrientes, de energia, servem de decompositores, são fundamentais.”
Sem drama, mas com urgência
E porque os problemas ambientais não têm deser encarados como impossíveis de resolver, o Boil propõe-se a encorajar a mudança, através da arte, da ciência e do humor. Sem drama, mas com urgência, para combater as alterações climáticas.
“Comunicar ciência é um desafio, mas ciência climática e ainda mais desafiante. Quando começamos uma frase com “em 2050”, o nosso cérebro já desligou. É tao longe, aparentemente, que já não estamos a prestar atenção”, nota Graça Fonseca, fundadora do festival.
Manuel Ferreira da Silva, vice-presidente da Fundação de Serralves, explica que o humor pode ser “uma arma” para resolver estes desafios. Por isso, no Boil, vão estar vários humoristas à conversa com cientistas. “Muitas vezes, é a melhor forma de tratar assuntos sérios.”
O visitante vai poder percorrer um caminho com instalações de arte, conversas e experiências, tudo à volta da crise climática.
Preparado para descomplicar a relação das pessoas com as alterações climáticas, o Boil decorre entre os dias 25 e 29 de setembro, no Parque de Serralves, no Porto.