De acordo com o júri do Prémio Camões, “Adélia Prado é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética. Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escreveu as conhecidas palavras “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo…” é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.
Carlos Drummond de Andrade impressionado
A poetisa publicou os seus primeiros poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte. A sua estreia individual só aconteceu em 1975, quando remeteu para Carlos Drummond de Andrade os originais de seus novos poemas.
Impressionado com a sua escrita, enviou os poemas para a Editora Imago. Publicado com o nome "Bagagem", o livro de poemas chamou atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.
Em 1976, o livro foi lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant'Anna, Clarice Lispector, entre outros.
Em 1978 escreveu O Coração Disparado, com o qual conquistou o Prémio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro. Nos dois anos seguintes, dedicou-se à prosa, com Solte os Cachorros em 1979 e Cacos para um Vitral em 1980. Volta à poesia em 1981, com Terra de Santa Cruz.
Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prémio Jabuti de Literatura, com o livro Coração Disparado, escrito em 1978.
Prémio de 100 mil euros
O júri desta edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários Clara Rocha (Portugal), Isabel Cristina Mateus (Portugal), Francisco Noa (Moçambique), Cleber Ribas de Almeida (Brasil), Deonísio da Silva (Brasil) e Dionísio Bahule (Moçambique).
O Prémio Camões, que em 2023 distinguiu o escritor e tradutor português João Barrento, tem o valor monetário de 100.000 euros.
Esta é a 36.ª edição do Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 e que é considerado o prémio de maior prestígio da língua portuguesa. O prémio pretende homenagear um autor ou autora “que, pela sua obra, tenha contribuído para o engrandecimento e projeção da literatura em português”.
Prémio Camões foi já atribuído:
- Miguel Torga (Portugal)
- João Cabral de Mello Neto (Brasil)
- José Craveirinha (Moçambique)
- Vergílio Ferreira (Portugal)
- Rachel de Queiroz (Brasil)
- Jorge Amado (Brasil)
- José Saramago (Portugal)
- Eduardo Lourenço (Portugal)
- Pepetela (Angola)
- António Cândido (Brasil)
- Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal)
- Autran Dourado (Brasil)
- Eugénio de Andrade (Portugal)
- Maria Velho da Costa (Portugal)
- Rubem Fonseca (Brasil)
- Agustina Bessa-Luís (Portugal)
- Lygia Fagundes Telles (Brasil)
- Luandino Vieira - recusado (Angola)
- António Lobo Antunes (Portugal)
- João Ubaldo Ribeiro (Brasil)
- Arménio Vieira (Cabo Verde)
- Ferreira Gullar (Brasil)
- Manuel António Pina (Portugal)
- Dalton Trevisan (Brasil)
- Mia Couto (Moçambique)
- Alberto da Costa e Silva (Brasil)
- Hélia Correia (Portugal)
- Radouan Nassar (Brasil)
- Manuel Alegre (Portugal)
- Germano Almeida (Cabo Verde)
- Chico Buarque (Brasil)
- Vítor de Aguiar e Silva (Portugal)
- Paulina Chiziane (Moçambique)
- Silviano Santiago (Brasil)
- João Barrento (Portugal)