Cultura

Poetisa Adélia Prado é a vencedora do Prémio Camões

Adélia Prado, nascida há 88 anos, em Minas Gerais, no Brasil, "é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética", justificou o júri, que lhe atribuiu o Prémio Camões 2024 por maioria.

SIC Notícias

De acordo com o júri do Prémio Camões, “Adélia Prado é autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética. Herdeira de Carlos Drummond de Andrade, o autor que a deu a conhecer e que sobre ela escreveu as conhecidas palavras “Adélia é lírica, bíblica, existencial, faz poesia como faz bom tempo…” é há longos anos uma voz inconfundível na literatura de língua portuguesa”.

Carlos Drummond de Andrade impressionado

A poetisa publicou os seus primeiros poemas em jornais de Divinópolis e de Belo Horizonte. A sua estreia individual só aconteceu em 1975, quando remeteu para Carlos Drummond de Andrade os originais de seus novos poemas.

Impressionado com a sua escrita, enviou os poemas para a Editora Imago. Publicado com o nome "Bagagem", o livro de poemas chamou atenção da crítica pela originalidade e pelo estilo.

Em 1976, o livro foi lançado no Rio de Janeiro, com a presença de importantes personalidades como Carlos Drummond de Andrade, Affonso Romano de Sant'Anna, Clarice Lispector, entre outros.

Em 1978 escreveu O Coração Disparado, com o qual conquistou o Prémio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro. Nos dois anos seguintes, dedicou-se à prosa, com Solte os Cachorros em 1979 e Cacos para um Vitral em 1980. Volta à poesia em 1981, com Terra de Santa Cruz.

Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prémio Jabuti de Literatura, com o livro Coração Disparado, escrito em 1978.

Prémio de 100 mil euros

O júri desta edição do Prémio Camões foi constituído pelos professores universitários Clara Rocha (Portugal), Isabel Cristina Mateus (Portugal), Francisco Noa (Moçambique), Cleber Ribas de Almeida (Brasil), Deonísio da Silva (Brasil) e Dionísio Bahule (Moçambique).

O Prémio Camões, que em 2023 distinguiu o escritor e tradutor português João Barrento, tem o valor monetário de 100.000 euros.

Esta é a 36.ª edição do Prémio Camões, instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 e que é considerado o prémio de maior prestígio da língua portuguesa. O prémio pretende homenagear um autor ou autora “que, pela sua obra, tenha contribuído para o engrandecimento e projeção da literatura em português”.

Prémio Camões foi já atribuído:

  • Miguel Torga (Portugal)
  • João Cabral de Mello Neto (Brasil)
  • José Craveirinha (Moçambique)
  • Vergílio Ferreira (Portugal)
  • Rachel de Queiroz (Brasil)
  • Jorge Amado (Brasil)
  • José Saramago (Portugal)
  • Eduardo Lourenço (Portugal)
  • Pepetela (Angola)
  • António Cândido (Brasil)
  • Sophia de Mello Breyner Andresen (Portugal)
  • Autran Dourado (Brasil)
  • Eugénio de Andrade (Portugal)
  • Maria Velho da Costa (Portugal)
  • Rubem Fonseca (Brasil)
  • Agustina Bessa-Luís (Portugal)
  • Lygia Fagundes Telles (Brasil)
  • Luandino Vieira - recusado (Angola)
  • António Lobo Antunes (Portugal)
  • João Ubaldo Ribeiro (Brasil)
  • Arménio Vieira (Cabo Verde)
  • Ferreira Gullar (Brasil)
  • Manuel António Pina (Portugal)
  • Dalton Trevisan (Brasil)
  • Mia Couto (Moçambique)
  • Alberto da Costa e Silva (Brasil)
  • Hélia Correia (Portugal)
  • Radouan Nassar (Brasil)
  • Manuel Alegre (Portugal)
  • Germano Almeida (Cabo Verde)
  • Chico Buarque (Brasil)
  • Vítor de Aguiar e Silva (Portugal)
  • Paulina Chiziane (Moçambique)
  • Silviano Santiago (Brasil)
  • João Barrento (Portugal)
Últimas