Cultura

Personalidades lembram António-Pedro Vasconcelos

Personalidades da política e da cultura prestam homenagem ao realizador que morreu esta quarta-feira. Marcelo Rebelo de Sousa lembra-o como um "homem culto", Mariana Mortágua como um "homem de luta".

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SIC Notícias

O cineasta António-Pedro Vasconcelos morreu esta quarta-feira, aos 84 anos. Nas redes sociais, várias personalidades da política e da cultura prestam homenagem ao realizador.

Um dos primeiros a reagir à morte de António-Pedro Vasconcelos foi o antigo ministro da Cultura João Soares.

“Recebo com grande tristeza a noticia da morte de António-Pedro Vasconcelos. Admirava o muito como cineasta, a obra que nos deixa é notável. Também como cidadão cujas opiniões respeitava, e muitas vezes seguia”, escreveu João Soares, lembrando o papel que este teve na campanha Presidencial de Mário Soares em 1986.

Também Marcelo Rebelo de Sousa emitiu uma nota de pesar pelo falecimento do realizador, por quem tinha uma “antiga e grande amizade”.

"Homem culto, frontal, interventivo e intempestivo, gostava de literatura, da clareza e acutilância da prosa de Stendhal, dos grandes mestres do cinema clássico americano, e envolveu-se em campanhas políticas e em combates cívicos, ligados por exemplo à RTP e à TAP", lê-se na nota divulgada.

O Ministério da Cultura partilhou no Twitter uma nota de pesar, onde destaca o cineasta como uma "figura decisiva da renovação do cinema português". Da "marca na imprensa" como crítico, à realização, Pedro Adão e Silva destaca ainda o "papel de destaque na definição de política públicas para o setor" da cultura, tanto a nível nacional como europeu.

"Foi, além de tudo e antes de tudo, um cidadão empenhado e inconformado, comprometido desde sempre com os rumos da democracia, designadamente na defesa do serviço público de rádio e televisão", afirma.

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, recorda António-Pedro Vasconcelos como um "homem de luta" que "sempre se quis mobilizar para defender o país".

"Partilhei com o António-Pedro Vasconcelos um movimento importante contra a privatização da TAP. Tive o prazer e o privilégio de poder trabalhar ao lado de António-Pedro Vasconcelos e muitos outros que se juntaram nesse movimento e guardo com muito carinho a determinação que sempre teve, não só na luta pela cultura, mas pelo país", disse ainda a coordenadora do BE.

Nas redes sociais, o ator João Jesus, que protagonizou o filme de António-Pedro Vasconcelos “Os Gatos Não Têm Vertigens”, partilhou uma fotografia com o realizador no Estádio da Luz.

“Ia ligar-lhe hoje para irmos à bola amanhã e de repente tudo muda e somos confrontados com esta notícia que nunca devia ter aparecido. António Pedro Vasconcelos respirava cinema e amor! De si guardo a sabedoria de um mestre”, escreveu.

O Benfica prestou homenagem ao realizador António-Pedro Vasconcelos, "um homem da cultura e de benfiquismo devotado e sem limites", que morreu aos 84 anos.

"A morte de um dos cineastas portugueses de maior reconhecimento deixa a cultura portuguesa mais pobre", lê-se na nota de pesar publicada pelo Benfica na página oficial.

No Facebook, Hélder Freire Costa, produtor do teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, lembrou também o "gigante realizador cinematográfico". Um dos últimos projetos de António-Pedro Vasconcelos foi o filme "Parque Mayer" (2018), que contava a luta dos artistas contra a repressão da PIDE.

"Uma das suas últimas realizações, foi o filme 'Parque Mayer', a cuja estreia assisti e que contava, de uma forma muito desenvolvida, o que o recinto muito contribuiu, com os seus teatros e com a sua muito participativa e rodada população, para a queda do regime político de então", escreveu no Facebook.

Ao início da tarde, o primeiro-ministro António Costa recorreu à rede social X para manifestar o seu pesar. “Lamento profundamente a morte de António-Pedro Vasconcelos” que, acrescenta, “fez parte da geração que renovou o cinema em Portugal, e foi uma voz ativa nos debates que moldaram o cinema nacional durante mais de meio século”.

Também através das redes sociais, o candidato socialista, Pedro Nuno Santos, lamentou a morte do cineasta, a quem se refere como uma "figura incontornável da cultura portuguesa" que sempre partilhou "valores fundadores" com o partido.

"António-Pedro Vasconcelos deixa uma obra que fez dele uma figura incontornável da cultura portuguesa, com um percurso notável nas áreas do cinema, do jornalismo e da docência", escreve o líder socialista.

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