Cultura

As últimas fotos da trágica expedição britânica ao Ártico em 1845 vendidas por 512 mil euros

A expedição de Sir John Franklin ao Ártico cativou o público vitoriano com o seu misterioso desaparecimento, missões de resgate infrutíferas e histórias sangrentas de canibalismo.

SIC Notícias

Poucos dias antes de embarcar rumo às regiões polares, numa expedição sem retorno em 1845, o capitão John Franklin tirou diversas fotografias em Londres, com algumas destas a serem leiloadas esta quinta-feira por 512 mil euros.

Franklin deixou Inglaterra em 19 de maio de 1845, aos 59 anos, liderando dois navios, o HMS Erebus e o HMS Terror, e uma tripulação de 134 homens, com a missão de encontrar uma passagem que ligasse o Oceano Atlântico e o Oceano Pacífico, através do Ártico canadiano.

Desde o século XVI que navegadores tentaram, sem sucesso, encontrar uma rota que permitisse o comércio entre a Europa e a Ásia sem navegar pela América do Sul. A tentativa de Franklin, talvez a mais famosa de todas, também falhou e teve um fim trágico.

Um navio baleeiro foi o último a avistar o Erebus e o Terror, em julho de 1845, na costa oeste da Gronelândia.

A partir de então, o seu rasto desapareceu completamente até mais de uma década depois, em 1854, quando o explorador escocês John Rae soube através de um grupo de caçadores inuítes o destino dos homens de Franklin, que ficaram presos no gelo e recorreram ao canibalismo, antes de morreram.

A determinação de Jane Griffin, mulher de Franklin, em saber o paradeiro da expedição motivou mais de 25 missões de busca nas décadas seguintes que, embora não tenham conseguido localizar os navios, contribuíram decisivamente para a expansão dos mapas do Ártico.

Os restos do HMS Erebus foram finalmente encontrados em 2014, perto da Ilha King William, no Canadá, enquanto o HMS Terror apareceu em 2016 na mesma área.

As imagens leiloadas esta quinta-feira na Sotheby’sforam tiradas entre 15 e 17 de maio de 1845, em Londres, quando as técnicas fotográficas ainda estavam nos seus primórdios.

Nas fotografias aparecem, pela última vez, Franklin e outros treze integrantes da expedição que partiria poucos dias depois para nunca mais regressar ao Reino Unido.

Com Lusa

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