"Muito boa-noite e obrigada pelo vosso aplauso que me comove muito, 70 anos depois de estrear o 'Aniki Bobó'", começou por dizer o cineasta de 104 anos, perante uma plateia numerosa que o esperava no Rivoli para a exibição do seu filme.
O cineasta recordou que "quando (o filme) foi apresentado em Lisboa e no Porto, teve de ser retirado do ecrã por falta de público".
A longa-metragem foi então "muito mal acolhida pelo público, influenciado pela crítica" da época, acrescentou.
"Agora, passados 70 anos, tem um acolhimento excecional e eu fico sensibilizado e reconhecido. Muito obrigado", rematou o realizador.
Manoel de Oliveira assistiu hoje à exibição de "Aniki Bobó", uma longa-metragem de 1942, que conta as peripécias de infância de três crianças, Teresinha, Carlitos e Eduardo.
"É um filme que marcou o cinema mundial, é o primeiro filme do neorrealismo que foi feito a nível mundial", assinalou o diretor do festival Fantasporto, Mário Dorminsky.
A 33ª edição do Fantasporto arrancou oficialmente a 01 de março, com a estreia nacional do filme "Mamã", de Andrés Muschietti, protagonizado por Jessica Chastain, e a cópia restaurada de "Os sapatos vermelhos", dos britânicos Michael Powell & Emeric Pressburger.
Este ano o festival atribui o Prémio por uma Carreira ao realizador português António de Macedo, que dirigiu "Domingo à tarde" e "As horas de Maria", e vai contar com a projeção de "Chá Forte com Limão", "O Princípio da Sabedoria", "Os Abismos da Meia-Noite" e "Os Emissários de Khalom", do cineasta que integrou a seleção oficial do Festival de Cannes, com o filme "A Promessa", de 1972.
Lusa