Cultura

Manoel de Oliveira sensibilizado com"acolhimento excecional" no Fantasporto

O cineasta Manoel de Oliveira mostrou-se hoje "sensibilizado" pelo "acolhimento excecional" que teve no Teatro Rivoli,  no Porto, durante a 33ª edição do Fantasporto, que comemora os 70 anos  da primeira longa-metragem do cineasta, "Aniki Bobo". 

(Reuters/ Arquivo)
© Jean-Paul Pelissier / Reuters

"Muito boa-noite e obrigada pelo vosso aplauso que me comove muito,  70 anos depois de estrear o 'Aniki Bobó'", começou por dizer o cineasta de 104 anos, perante uma plateia numerosa que o esperava no Rivoli para  a exibição do seu filme. 

O cineasta recordou que "quando (o filme) foi apresentado em Lisboa  e no Porto, teve de ser retirado do ecrã por falta de público". 

A longa-metragem foi então "muito mal acolhida pelo público, influenciado  pela crítica" da época, acrescentou. 

"Agora, passados 70 anos, tem um acolhimento excecional e eu fico sensibilizado  e reconhecido. Muito obrigado", rematou o realizador. 

Manoel de Oliveira assistiu hoje à exibição de "Aniki Bobó", uma longa-metragem  de 1942, que conta as peripécias de infância de três crianças, Teresinha,  Carlitos e Eduardo. 

"É um filme que marcou o cinema mundial, é o primeiro filme do neorrealismo  que foi feito a nível mundial", assinalou o diretor do festival Fantasporto,  Mário Dorminsky. 

A 33ª edição do Fantasporto arrancou oficialmente a 01 de março, com  a estreia nacional do filme "Mamã", de Andrés Muschietti, protagonizado  por Jessica Chastain, e a cópia restaurada de "Os sapatos vermelhos", dos  britânicos Michael Powell & Emeric Pressburger. 

Este ano o festival atribui o Prémio por uma Carreira ao realizador  português António de Macedo, que dirigiu "Domingo à tarde" e "As horas de  Maria", e vai contar com a projeção de "Chá Forte com Limão", "O Princípio  da Sabedoria", "Os Abismos da Meia-Noite" e "Os Emissários de Khalom", do  cineasta que integrou a seleção oficial do Festival de Cannes, com o filme  "A Promessa", de 1972. 

Lusa

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