Crise na Ucrânia

Rússia acusada de alterar entrada da Wikipedia sobre queda de avião

O Governo russo é acusado de alterar a entrada da Wikipedia relativa à queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, ao remover as secções em que era escrito que o Kremlin é responsável por fornecer aos "terroristas" mísseis que abateram o avião civil.

Um programa informático que deteta de forma automática todas as alterações na enciclopédia online que tenham sido feitas através de endereços IP do Governo russo (números únicos que pertencem a cada computador ou rede), descobriu as alterações.

Um utilizador da rede da televisão estatal russa VGTRK modificou a entrada da versão russa onde estão listados os acidentes com aviões civis para "o avião [voo MH17] foi abatido por soldados ucranianos", onde uma hora antes estava escrito que o avião tinha sido abatido "por terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa".

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Tradução inglesa do texto que terá sido alterado na Wikipedia em russo.

Todas as alterações feitas na Wikipedia são monitorizadas e todos os nomes dos utilizadores e endereços IP ficam guardados. Em alguns casos estão associadas publicações automáticas no Twitter ao serem feitas essas alterações, como por exemplo o congress-edits, que publica no Twitter qualquer alteração feita a partir dos computadores do Congresso norte-americano. E o mesmo é utilizado para os computadores russos, através do RUGovEdits.

Troca de acusações

A 17 de julho, o Boeing 777 da Malaysia Airlines, com 298 passageiros e tripulação a bordo, caiu na região oriental de Donetsk, palco dos combates entre as  forças governamentais da Ucrânia e os rebeldes pró-russos. 

O voo MH17 fazia a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur, foi  alegadamente derrubado por um míssil terra-ar, segundo as informações dos  serviços secretos norte-americanos que apontam os rebeldes pró-russos como responsáveis  do disparo. 

A Rússia exigiu da Ucrânia respostas sobre o abate do avião, numa zona controlada pelos separatistas ucranianos pró-russos,  acusando o Governo de Kiev de ser o responsável. 

Por seu lado, o Governo ucraniano acusou os rebeldes pró-russos de "procurarem destruir,  com o apoio da Rússia, as provas deste crime internacional". 

A Malaysia Airlines revelou que a bordo seguiam 189 holandeses, 44 malaios - incluindo 15 tripulantes e dois bebés - 27 australianos, 12 indonésios,  9 britânicos, 4 alemães, 4 belgas, 3 filipinos, 1 canadiano  e 1 neozelandês.

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