Crise na Ucrânia

Donetsk e Lugansk declaram independência da Ucrânia

As regiões separatistas de Donetsk  e Lugansk declararam hoje a independência da Ucrânia, um dia depois dos  referendos em que a esmagadora maioria dos votantes apoiou a secessão. 

© Marko Djurica / Reuters

O presidente autoproclamado de Donetsk (leste), Denis Pushilin, proclamou  "a República Popular de Donetsk", "na sequência da expressão de vontade  do povo" e "por forma a restaurar a justiça histórica", e pediu a integração  na Rússia. 

"Pedimos à Federação Russa que considere a questão de a República Popular  de Donetsk se tornar parte da Federação Russa", disse Pushilin, afirmando  depois aos jornalistas que "a terra de Donetsk foi sempre parte do mundo  russo". 

Em Lugansk (leste), as autoridades autoproclamadas leram a "proclamação  da República Popular de Lugansk" num comício no centro da capital regional,  pouco depois do anúncio de Donetsk. 

"O povo de Lugansk proclama a criação do Estado soberano da República  Popular de Lugansk", afirma a declaração. "Em conformidade com o direito  internacional, o seu território e as suas fronteiras são indivisíveis e  invioláveis", acrescenta. 

No domingo, as duas regiões ucranianas votaram a secessão em referendo.  Segundo números divulgados hoje pelas comissões eleitorais locais, 89% dos  votantes em Donetsk e mais de 94% em Lugansk aprovaram a independência.

A Rússia afirmou que respeita os resultados dos referendos, sem os reconhecer  explicitamente, e considerou que deve ser aberto um diálogo entre o governo  de Kiev e as regiões separatistas. 

O governo da Ucrânia sustenta que as consultas "não têm qualquer valor  jurídico". 

Dirigentes separatistas das duas regiões anunciaram também hoje que  as eleições presidenciais ucranianas previstas para 25 de maio não se vão  realizar nos respetivos territórios. 

"Aqui não haverá", disse Pushilin em Donetsk.  

Em Lugansk, Vasili Nikitin, responsável para a imprensa do chamado "Exército  do Sudeste", formado na autoproclamada "república popular", fez declarações  no mesmo sentido. 

"Talvez as eleições pudessem celebrar-se no território da região de  Lugansk, mas agora somos a República Popular de Lugansk, por isso não haverá  eleições", disse. 

Lusa

 

     

 

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