"É difícil dizer em que momento a ameaça foi maior, mas por três vezes o perigo foi real", disse o inspetor da OSCE, o polaco Krzysztof Kobielski, em declarações aos jornalistas em Donetsk, na Ucrânia.
O inspetor falou sobre o momento em que ouviu fogo cruzado nas proximidades, durante o assalto das forças armadas ucranianas em Slaviansk, no leste da Ucrânia.
"No momento dos tiros, ninguém falou entre nós. Ficámos deitados no chão", disse.
"À nossa volta, havia uma centena de homens armados com facas, pistolas e armas automáticas. Difícil falar sobre qualquer ação de defesa contra os soldados", acrescentou o inspetor da OSCE, que se recusou a falar sobre as condições da detenção.
"A maioria das vezes, não tínhamos acesso à informação, não sabíamos o que estava a acontecer à nossa volta. Não tínhamos acesso à internet e televisão", disse ainda.
Inspetores da OSCE (três alemães, um polaco, um dinamarquês e um checo, além de um intérprete alemão) estavam, desde 25 de abril, retidos por grupos separatistas pró-russos em Slaviansk.
Os grupos pró-russos acusam os inspetores de espiar para a NATO, o que foi desmentido pela OSCE, que recordou que os inspetores estão na Ucrânia a convite de Kiev.
A missão, que viajava de autocarro, foi intercetada junto aos acessos a Slaviansk no dia 25 de abril.
Na semana passada, o Presidente Vladmir Putin criticou os inspetores militares por não terem coordenado a sua chegada à região de Donetsk com os rebeldes pró-russos, que controlam vários edifícios governamentais na região.
Os grupos pró-russos tinham já libertado um dos inspetores, o sueco Thomas Johansson, por motivos de saúde e por o seu país não ser membro da NATO.
Segundo as autoridades, os milicianos pró-russos mantém sequestrados em Slaviansk vários militares ucranianos e vários jornalistas.
Lusa