Crise na Ucrânia

Vários mortos em combates num aeródromo no leste da Ucrânia

Várias pessoas morreram hoje durante combates  entre as forças especiais ucranianas e as milícias pró-russas num aeródromo  da cidade de Kramatorsk, na região de Donetsk (leste da Ucrânia). 

© Marko Djurica / Reuters

"Sim, há mortos", assegurou em declarações à agência ucraniana UNN um  porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano, que tinha anteriormente divulgado  uma "operação especial" para libertar o aeródromo do controlo dos grupos  pró-russos. 

Após a conclusão da operação, o Presidente ucraniano interino, Olexandre  Tourtchinov, anunciou que "forças especiais tinham libertado o aeródromo  dos terroristas". 

Entretanto, a comunicação social russa, que cita fontes das milícias  pró-russas de Kramatorsk, informaram que os combates fizeram entre quatro  a 11 vítimas mortais entre os ativistas separatistas. 

"No aeródromo há quatro mortos e dois feridos entre as milícias  (pró-russas).  Os combates terminaram. As milícias recuaram. A parte ucraniana assumiu  o controlo do aeródromo", afirmou um porta-voz dos ativistas, citado pela  agência russa estatal Ria Novosti. 

O canal de televisão Rússia 24 entrevistou outro porta-voz das milícias  pró-russas que assegurou que caças ucranianos abriram fogo contra civis  que cercavam o aeródromo para alegadamente convencer os soldados ucranianos  a mudarem de fação. 

"Os militares abriram fogo contra eles. Dois minutos depois, os caças  descolaram e começaram a disparar contra os civis de uma altura de 10 metros",  disse Pavel Petrov, porta-voz pró-russo. 

Uma fonte militar assegurou ao diário online Ukrainskaya Pravda que  os caças, que estavam estacionados no aeródromo, "descolaram porque não  se sabia como ia acabar o assalto e tinham de ser protegidos, por isso levantaram  voo". 

O chefe da operação antiterrorista lançada no domingo pelas autoridades  ucranianas, general Valeri Krutov, advertiu hoje as milícias pró-russas  de que "não vão existir mais ultimatos" e que o exército ucraniano "irá  combater os invasores estrangeiros". 

"Os ultimatos são assuntos de civis. Isto é uma operação militar", disse  Krutov. 

Uma grande parte do leste da Ucrânia, de maioria russófona e na fronteira  com a Rússia, enfrenta há vários dias uma insurreição armada pró-russa.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, afirmou hoje que a Ucrânia  está à beira de uma guerra civil. 

"Serei breve: a Ucrânia está à beira da guerra civil, é assustador",  disse o primeiro-ministro e ex-presidente da Rússia, citado pelas agências  russas. 

Medvedev acrescentou ter esperança de que "as autoridades 'de facto'"  da Ucrânia não permitam "este tipo de terrível perturbação". 

A Rússia não reconhece o governo de Kiev, apoiado pelos países ocidentais,  que assumiu o poder durante a crise que levou à destituição do presidente  ucraniano Viktor Ianukovitch, considerado pró-russo. 

Lusa

     

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