Crise na Ucrânia

Ex-Presidente da República Checa diz que União Europeia foi irresponsável na crise da Ucrânia

O antigo Presidente da República Checa Vaclav  Klaus, conhecido pelo seu euroceticismo, acusou hoje a União Europeia de  "irresponsabilidade" no caso da Ucrânia e denunciou a "ilusão" de resolver  a crise através de novas eleições.   

"Do lado do Ocidente, trata-se de uma enorme irresponsabilidade fomentar  as ambições e as ilusões dos radicais na Ucrânia ocidental, que entendem  que existe realmente uma escolha entre o leste e o oeste", declarou Klaus,  72 anos, em comunicado.   

"Colocar a Ucrânia perante a escolha 'leste ou oeste' corresponde à  sua desintegração", considerou Klaus, chefe de Estado checo entre 2003 e  2013, em texto divulgado antes da assinatura em Kiev do acordo entre o Presidente  ucraniano, Viktor Ianukovich, e a oposição para saída da crise.  

"A ideia de que o problema possa ser resolvido por novas eleições não  passa de uma ilusão", declarou Klaus. 

Expressou ainda o entendimento de que a Ucrânia é, "em grande medida,  um Estado de caráter 'artificial', que inclui territórios que só foram anexados  pela ex-URSS depois da Segunda Guerra Mundial e outros que representam o  berço da cultura russa e o espaço de dezenas de milhões de russos".  

Estimou ainda que o ocidente ajudou a iniciar uma crise que não desejava  e da qual não está disposto a assumir as consequências.  

O acordo concluído hoje entre o governo e a oposição na Ucrânia prevê  concessões importantes a esta, entre as quais uma eleição presidencial antecipada,  a formação de um governo de coligação e mudanças constitucionais. 

O acordo ocorreu depois de três dias de violência que causaram cerca  de uma centena de mortos em Kiev. 

Lusa

 

     

 

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