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Parlamento ucraniano aprova mudança na Constituição

O Parlamento ucraniano aprovou uma lei que repõe a Constituição de 2004, que atribui menos poderes ao Presidente. Os deputados votaram ainda a favor de uma amnistia para todos os detidos na sequência dos protestos das últimas semanas.

São as primeiras medidas que advêm da assinatura do acordo entre Viktor Yanukovich e a oposição. O documento foi assinado na presença de representantes da União Europeia.

O acordo, negociado nas últimas horas, prevê a realização de eleições antecipadas, uma reforma constitucional e um governo de unidade nacional.

Principais pontos do acordo:  

  • Restauração da Constituição de 2004: nas 48 horas após a assinatura  do acordo, deverá ser adotada e promulgada legislação a formalizar a restauração  da Constituição 2004, tendo em conta as alterações aprovadas posteriormente.
  • Criação de um Governo de união nacional: os signatários do acordo  assumirão o compromisso de criar uma coligação e formar um Governo de unidade  nacional num prazo de 10 dias após a restauração da Constituição de 2004.
  • Reforma constitucional: os trabalhos de reforma da Constituição, que  contemplará um "equilíbrio" dos poderes do Presidente, do Governo e do parlamento,  deverão começar de imediato e deverão estar concluídos até setembro. 
  • Eleições presidenciais antecipadas: as eleições presidenciais deverão  realizar-se após a adoção da nova Constituição e antes de dezembro de 2014.  As leis eleitorais serão revistas. 
  • Investigação sobre a violência: a violência revistada em Kiev será  investigada sob controlo conjunto das autoridades ucranianas, da oposição  e do Conselho da Europa. 
  • As autoridades não instaurarão o estado de emergência e todas as partes  envolvidas renunciarão a ações violentas. 
  • O parlamento aprovará uma nova lei de amnistia de detidos durante  a violência e as armas que tenham sido apropriadas ilegalmente pelos manifestantes  deverão ser entregues ao Ministério do Interior. 
  • Autoridades e manifestantes deverão empenhar-se no regresso à normalidade,  com a evacuação de edifícios públicos ocupados por manifestantes, levantamento  de barricadas das ruas. O Governo não poderá utilizar as forças de segurança  senão para proteção de edifícios públicos. 

 

A União Europeia apelou, esta tarde, para que o acordo seja posto em prática o mais cedo possível.

Apesar do entendimento, o clima de contestação mantém-se em Kiev. Os manifestantes continuam a exigir a demissão imediata do chefe de Estado.

Com Lusa

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